Política

Pazuello tentou demitir suspeito de pedir propina em 2020, mas Bolsonaro manteve diretor no cargo

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Roberto Dias acabou exonerado depois que a Folha de S.Paulo revelou que o representante afirmou ter recebido dele pedido de propina   |   Bnews - Divulgação reprodução // Facebook

Publicado em 01/07/2021, às 12h33   Redação BNews


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O general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, pediu a demissão de Roberto Ferreira Dias da Diretoria de Logística do Ministério da Saúde em outubro do ano passado, quando ainda comandava a pasta. Mas, por pressão política, o presidente Jair Bolsonaro teria barrado a exoneração.

A informação foi divulgada pela rádio CBN e confirmada pela Folha de S. Paulo com fontes da Saúde. O despacho chegou a ser enviado para a Casa Civil, mas, de acordo com auxiliares de Bolsonaro na Saúde e no Palácio do Planalto, o ato foi brecado por Bolsonaro depois de o então presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), interceder. Procurado, o senador não quis se manifestar.

Roberto Dias acabou exonerado na terça-feira (29), depois que a Folha de S.Paulo revelou que o representante de uma vendedora de vacinas afirmou ter recebido dele pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato para compra de imunizante da AstraZeneca. A exoneração de Dias foi publicada no "Diário Oficial da União" de quarta-feira (30).

O nome do diretor exonerado já havia sido citado em entrevista à Folha de S.Paulo pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) que, com o irmão Luis Ricardo Miranda, chefe do departamento de importação do Ministério da Saúde, denunciou suspeita de irregularidade no contrato de compra da vacina Covaxin. 

Segundo o deputado, Dias era quem dava as cartas na Saúde. "Eu acho assim, nada ali acontece se o Roberto não quiser. Tudo o que aconteceu, inclusive a pressão sobre o meu irmão, é sob a aprovação dele. Sem ele, ninguém faz nada. Isso é uma das únicas certezas que tenho", afirmou o Luis Miranda na entrevista.

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