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Flávio Bolsonaro ataca prisão de ex-diretor pela CPI e diz que acusações contra Élcio Franco são 'levianas'

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Segundo o senador, a CPI não tem "competência" para ordenar a quebra de sigilo dos investigados, entre eles do próprio Domingueti, e que a prisão de Roberto Ferreira Dias - solto após pagar fiança de R$ 1,1 mil - estava 'cheia de nulidades"  |   Bnews - Divulgação Reprodução/YouTube

Publicado em 08/07/2021, às 10h10   Luiz Felipe Fernandez


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O senador Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse à jornalistas no corredor do Senado nesta quinta-feira (8), momentos antes do início da sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que a ordem de prisão contra o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, foi arbitrária. Segundo ele, não há nenhum indício de que o servidor exonerado do cargo tenha pedido propina para negociar a compra de vacinas da AstrZeneca/Oxford, diferente da acusação do representante da Davati Medical Suply, Luiz Paulo Domingueti.

Segundo o senador, a CPI não tem "competência" para ordenar a quebra de sigilo dos investigados, entre eles do próprio Domingueti, e que a prisão de Roberto Ferreira Dias - solto após pagar fiança de R$ 1,1 mil - estava 'cheia de nulidades".

"Quanto ao conteúdo do áudio em si, não prova nenhum pedido de propina, prova no máximo uma contradição na data do suposto jantar. Se houve pedido de propina de alguém, porque nesse áudio encaminhado [Domingueti] ele não cita esse pedido? [...] Nenhuma prova, zero, que comprove o pedido de propina, é uma coisa que não cola e a sociedade está enxergando", disse Flávio. "Como teve propina em troca de vacina que não foi comprada? Nenhum real foi gasto e, ainda assim, querem vincular ao presidente da República. Mais um show de horrores", completou.

Sobre a contratação da Covaxin, que segundo Dias, em depoimento à CPI antes de ter a voz de prisão dada pelo presidente Omar Aziz (PSD-AM), era de responsabilidade do coronel Élcio Franco, secretário-executivo da Presidência, Flávio Bolsonaro também negou qualquer irregularidade por parte do governo. Para o parlamentar as acusações contra Élcio são "levianas" e só comprova a tentativa da CPI de "imputar" alguma inconsistência à negociação do imunizante.

Questionado sobre a demora do ministério em suspender a contratação da Covaxin, o senador alegou que ela nem precisaria, de fato, acontecer, uma vez que a Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) já analisa a situação do imunizante, assim como é alvo de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

CRIME DE PECULATO

Investigado por crime de peculato - no famoso caso da 'rachadinha' no seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) - o senador Flávio Bolsonaro minimizou os áudios revelados pelo UOL, da ex-cunhada do presidente da República, que expõe um suposto esquema igual do próprio Jair à época em que estava na Câmara Federal. Ele garantiu que o governo não tem nenhum caso de "corrupção" e disse que a trama revelada não tem "nem pé nem cabeça".

"Um áudio clandestino que não sei nem quem é a pessoa que dizem ser, contando história sem pé nem cabeça, não dá nem para começar a falar algo que tem zero elementos", disparou Flávio, antes de destacar a vacinação contra a Covid-19 no país.

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