Política

Escolha de reitores sem considerar lista leva a saída de universidades de associação

Ramon Moser/Divulgação
Bnews - Divulgação Ramon Moser/Divulgação

Publicado em 12/08/2021, às 07h50   Redação BNews


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Pelo menos cinco universidades já decidiram sair da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) desde o início do governo Bolsonaro. O atual presidente ignorou 18 vezes tradição de seguir as consultas às instituições para nomear os reitores, o que causou divisões internas em muitos lugares.

A Andifes é uma entidade que atua na negociação com o governo federal para conseguir incentivos no orçamento e com a articulação no desenvolvimento de projetos para as universidades.

Uma carta assinada pelos cinco reitores foi enviada no fim de julho para comunicar a saída da associação, entre eles José da Universidade Federal do Ceará (UFC), do Rio Grande do Sul (UFRGS), dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), de Itajubá (Unifei) e a Rural do Semi-Árido (Ufersa). Em todas elas o reitor foi nomeado por Bolsonaro sem consulta à lista de indicados.

De acordo com a associação, até agora Bolsonaro nomeou reitores de 50 universidades, sendo que 18 deles eram de fora da lista tríplice, o que representa 36% das nomeações - mais de 1/3. Até o fim de 2022 ele vai nomear outros 13, que encerram o mandato.

O governo federal trava uma guerra ideológica com as universidades e isso reflete em disputas internas. Na última semana, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, admitiu que este é um dos critérios para a escolha e disse ter uma boa relação justamente com cerca de 20 reitores.

"Não precisa ser bolsonarista, mas não pode ser esquerdista, nem lulista. Reitor tem de cuidar da educação e ponto final. E respeitar os que pensam diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político; nem de direita, muito menos de esquerda", disse.

Classificação Indicativa: Livre

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