Especialistas criticam uso de arma de fogo pela Guarda Municipal
Publicado em 15/03/2012, às 08h40 Redação Bocão News
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Apesar da polêmica envolvendo a discussão sobre a disseminação de artefatos de fogo, o prefeito de Salvador, João Henrique, cumpriu a promessa feita no ano passado e firmou na manhã de quarta-feira (14) com o superintendente regional da Polícia Federal na Bahia, delegado Carlos Daniel Veras Silver, convênio viabilizando o porte de armas de fogo para os guardas municipais. O momento foi considerado histórico para o gestor, mas, por outro lado, gera controvérsias entre especialistas em segurança pública.
“Vamos dar mais condições e responsabilidades. A expectativa é muito grande sobre a Guarda Municipal de Salvador. Já fomos solicitados em momentos perigosos e os integrantes sentiam-se desaparelhados”. A data, porém, para que pelo menos parte do efetivo de 1.328 guardas municipais comece a andar armada não foi definida.
Para o coronel Antônio Jorge Ferreira, professor e pesquisador do Programa de Gestão, Pesquisas e Estudo de Segurança Pública (Progesp) da Ufba, apesar da legalidade quanto ao armamento, o órgão municipal está queimando etapas.
“Não discutimos a legalidade, mas a necessidade do uso de armas de fogo. Em discussões sobre o assunto com representantes da prefeitura, percebi que eles (os guardas municipais) não se sentem funcionários públicos sem uma arma na cintura”.
Ele defende a ampliação do uso de armas não-letais. “Poderiam usar a Taser, o expandidor de gás, entre outros, mas existe uma cultura da arma de fogo. A orientação é para que não cometam esse erro ou, então, usem balas de borracha”, diz Ferreira.
O coronel ressalta que a Guarda Municipal pode assumir o mesmo papel da polícia. “O condicionamento físico e a defesa pessoal foram deixados de lado. Agora, tudo é arma de fogo. Se usar da mesma forma que a polícia, será apenas polícia e não vai poder criar uma maior aproximação com a sociedade”.
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