CPI da Covid: Após médico cancelar atestado, empresário depõe nesta quinta-feira

Com o atestado anulado pelo próprio médico que atendeu no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o empresário e suposto lobista da Precisa Medicamentos, Marconny Albernaz Faria, depõe nesta quinta-feira (2) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

Ele deu entrada no hospital com uma dor pélvica e formigamento, e apresentou um atestado médico de 20 dias à CPI, período exato que duram os trabalhos da Comissão, como destacou o relator Renan Calheiros (MDB-AL). A sua ausência abriu espaço para que o motoboy da VTCLog, Ivanilson Golçalves, pudesse depor em seu lugar.

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DEPOIMENTO

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Ainda durante a sessão, o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) levantou suspeita sobre a veracidade do documento apresentado por Marconny.

Já à noite, o médico responsável pelo atestado entrou em contato e disse que notou "simulação por parte do paciente" e que queria "cancelar" o documento assinado.

A Precisa intermediu a negociação do Ministério da Saúde para a compra da Covaxin, imunizante indiano contra o novo coronavírus. Os indícios de irregularidades no contrato foram levados pelo técnico do setor de importação da pasta, Luís Ricardo Miranda, ao seu irmão e deputado federal da base governista, Luís Miranda (DEM-DF).

O governo Bolsonaro chegou a empenhar R$ 1,6 bilhão para a compra das vacinas, mas o contrato foi suspenso quando o escândalo veio à tona na CPI.

Na semana passada, a Comissão revelou mensagens que antes estavam sob sigilo, que mostram uma tentativa de favorecimento da Precisa Medicamentos em uma compra realizada pelo Ministério da Saúde, de testes rápidos para detecção de Covid-19.

Acusado de pedir propina em outra negociação de vacinas, o ex-diretor de Logística, Roberto Ferreira Dias, e o ex-secretário da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) José Ricardo Santana, teriam atuado no esquema.