Maus presságios em Salvador

Deu na coluna Tempo Presente do jornalista Levi Vasconcelos, do jornal A Tarde desta sexta-feira (19): "Dizem os mais chegados que o prefeito João Henrique é uma daquelas raridades que a sorte borrifa o tempo inteiro, faz tudo errado e acaba dando tudo certo. Se assim o é, mais que nunca ele está precisando recorrer aos seus oráculos para rogar bons fluidos, porque tem a lhe rondar um inferno astral sem precedentes, administrativos e políticos.

Atrasa sistematicamente o pagamento de fornecedores, prestadores de serviços e terceirizados (o que desarruma postos de saúde e afins). A bola de neve cresce, e o secretário Flavio Mota admitiu que a despesa é maior que a receita.

João aposta numa tábua de salvação, Jaques Wagner.  Por mais boa vontade que o governador tenha, há as limitações legais. Governo pode pagar os custos de prefeitura alguma. Ou seja, só podem ser repassados para projetos específicos.
Politicamente, João está sem respaldo. Elegeu-se sob as benções do PDT (projetou-se usando o horário eleitoral do partido), e chutou.

Quando estava só, num primeiro momento, aliou-se com o PSDB, também chutou. Expurgou o PCdoB, foi deletado pelo PT, mandou Geddel (que o reelegeu) às favas. Agora não tem quem o apoie, muito menos quem o defenda. Caminha para melancólico final, forte candidato a virar unanimidade como caixa de porrada dos que estão de olho em 2012.

Se é verdade que João acaba bem em tudo que parece mal, chegou o momento de testar a boa sorte que parece ter lhe abandonado".