Política

Empolgação e apelo para aumentar bancada marcam encontro de Lula com lideranças de esquerda

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Petista e provável candidato à presidência cumpriu agenda em Brasília e encontrou deputados federais baianos  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram

Publicado em 06/10/2021, às 11h32   Luiz Felipe Fernandez


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Após encontrar a bancada petista no Congresso, o ex-presidente Lula continuou com a sua agenda em Brasília e se reuniu nesta terça-feira (6) com lideranças de esquerda, como membros do PCdoB e do PSOL. Líder nas pesquisas, mostrou empolgação e cobrou empenho de todos para ocupar mais cadeiras na Câmara e no Senado com os partidos do campo progressista, já de olho em sua governabilidade caso vença em 2022.

O baiano Daniel Almeida, deputado federal do PCdoB, relatou ao BNews que o cacique se mostrou "animado com as perspectivas eleitorais da esquerda" e conversou na busca de encontrar as "convergências" de pensamento diante do momento difícil vivido pelo país.

"A existência da legislação na federação de partidos é uma novidade e pode ajudar nisso, e ele concordou e disse que tem muito interesse em manter uma boa relação que sempre teve com o PCdoB. Foi uma conversa de identificar as convergências sobre um momento político que estamos vivendo no país. Encontramos um presidente bem animado, bem humorado, com muita clareza dos desafios do Brasil", disse o deputado.

Segundo o parlamentar, Lula concordou que a Lei das Federações Partidárias, um pleito do partido para tentar garantir a sua sobrevivência eleitoral, pode auxiliar na construção de um projeto único capaz de derrotar o governo Bolsonaro e "eleger uma grande bancada". Essa união, diz Daniel, poderia incluir o próprio PT e partidos do centro, como Rede e PV.

"A Federação pode ser essa grande frente, será que seria possível uma frente onde tivesse na disputa juntos: PT, PSB, PCdoB, Rede, PV e PSOL. Poderiam até se juntar em uma grande frente, nós especulamos se seria possível, uma coisa último, um conjunto de partidos para eleger uma grande bancada, com 160 deputados, alguns senadores, para ter um papel relevante no Congresso", justifica.

A adesão do PT a uma frente ampla, o que foi ventilado em 2018, mas não ocorreu, para o deputado pode ser justamente uma oportunidade do partido superar as críticas por não ceder espaço a aliados e ter dificuldade em compor sem o protagonismo absoluto.

Daniel reconhece que existe um "antipetismo" que afloram as avaliações negativas acerca da sigla, mas que disse ao ex-presidente o potencial benefício de uma aliança maior com as outras legendas para a "reconstrução" do Brasil pós-Bolsonaro.

"Se o próprio PT fizer um movimento que demonstre que é um partido de ampla aliança, pode ser que esse ataque ao PT seja diluído em uma formatação de frente partidária, e pode ser, inclusive, eleitoralmente útil. Não é abrir mão de uma ideologia, mas poderia ficar diluída estando em uma frente ampla, seria uma demonstração de superação dessa acusação de que tem dificuldade de fazer aliança. Expomos isso, pois pode ser uma oportunidade de superar, superar o apego aos símbolos, marcas e à dificuldade de reconhecer o papel de outras correntes políticas, ficando todos subordinados ao interesse maior, a um projeto de reconstrução nacional", descreve.

Lula posou para foto com o deputado baiano, líder do PCdoB na Câmara. A foto foi compartilhada por Daniel Almeida em seu perfil no Instagram.

Outra parlamentar baiana que aproveitou a passagem do ex-presidente por Brasília para tietar e estreitar a relação foi a deputada Alice Portugal. Em post na rede social, afirmou que debateram a "grave situação" vivida pelos brasileiros e as rotas de "saídas" para recuperar a "democracia".

DOBRAR A META

Na segunda-feira (4), o ex-chefe do Executivo se reuniu com a bancada do PT no Congresso. O principal assunto foi a necessidade de eleger uma bancada maior não só dos aliados, mas do próprio partido, que hoje já é o segundo com mais cadeiras na Câmara, com 53 deputados. Um dos convidados presente na reunião, disse que Lula foi ousado e avisou que quer dobrar a quantidade de representantes no parlamento, não só pelos atuais aliados mas também conseguindo trazer para o grupo hoje siglas mais ao centro.

Vice-líder da Oposição, o deputado federal Jorge Solla (PT) diz que o ex-presidente se mostrou "preparadíssimo" para disputar novamente uma eleição. Além da necessidade de reverter o quadro hoje no Congresso, o ex-secretário de Saúde da Bahia explica que outro assunto tratado por Lula com preocupação foi a existência do "orçamento paralelo" no Congresso, com repasses em troca de apoio, de recursos tirados diretamente do Executivo.

"Estamos vivendo hoje um Legislativo que virou mercado persa, com esse negócio do orçamento secreto. Lula, muito perspicaz, bateu nisso pesado. É impossível ter um presidente da República com um legislativo só com voto pago, é o pior dos mundos, você não tem um apoio real. Cada votação importante hoje na Câmara e no Senado é alvo de compra de voto", denuncia o petista.

No último domingo (4), o cacique se reuniu com governadores do Nordeste em encontro que teve a presença do senador Jaques Wagner.

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