Último dia de depoimento da CPI tem paciente e médico da Prevent Senior

Cinco meses após o primeiro depoimento, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid tem hoje a última oitiva dos seus trabalhos, antes da apresentação e votação do relatório final. Nesta quinta-feira, 7, serão ouvidos um cliente e um médico da Prevent Senior, operadora de saúde investigada por irregularidades.

Até o momento, e escândalo da Prevent é considerado pelos senadores como o episódio mais assustador. O plano de saúde é suspeito de pressionar os médicos conveniados a receitarem o "kit covid", composto de remédios ineficazes para pacientes com o novo coronavírus.

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Serão ouvidos  Tadeu Frederico Andrade, cliente da rede, e Walter Correa de Souza Netto, médico que trabalhou na Prevent Senior. Os relatos dos dois, apesar de já serem públicos, têm potencial para acrescentar bastante provas ao relatório final da CPI, elaborado por Renan Calheiros (MDB-AL).

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Tadeu foi contaminado com a Covid-19 no período do Natal passado e foi atendido por telemedicina pelo plano, que receitou o tal "kit covid". Ele tomou os remédios prescritos, mesmo sem nenhuma efetividade contra a doença e com efeitos colaterais consideráveis, mas precisou ser internado na UTI. O paciente se recuperou um mês depois e a equipe do plano queria mantê-lo com cuidados paliativos, para economizar custos, mas a sua família se recusou. O cliente se recuperou e denunciou a Prevent à CPI e ao Ministério Público.

Walter Correa Souza Netto é um dos 12 médicos representados pela advogada Bruno Morato, que depôs à Comissão na semana passada, e relatou que os profissionais recebiam ameaças de demissão para que distribuíssem as medicações. 

Os senadores devem perguntar sobre a existência de um estudo clínico irregular conduzido pela rede, que teria sido fraudado, para tentar associar sugerir a eficácia do uso de hidroxicloroquina com azitromicina em pacientes leves.