A “menina dos olhos” do governo estadual, como ficou conhecida a secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) no início deste segundo mandato de Jaques Wagner, volta a ser alvo de disputa entre petistas a partir desta sexta-feira (6).
O atual comandante Carlos Brasileiro, de acordo com fontes do Bocão News, deixa o cargo para disputar a eleição em Senhor do Bonfim. A expectativa é de que na edição desta sexta apareça a confirmação da saída tanto de Brasileiro quanto de Carlos Martins (Fazenda).
Havia por parte do ex-prefeito do município uma resistência em voltar a disputar o cargo no Executivo. No entanto, os sucessivos desentendimentos entre os petistas da região e o prefeito Paulo Machado (ex-PT, atual PDT) praticamente “obrigaram” o secretário a retornar para a peleja local.
Outro fator preponderante no contexto é a própria secretaria. A Sedes no primeiro mandato foi administrada pelo então deputado estadual, Valmir Assunção – agora deputado federal. Após ser eleito para o Congresso Nacional, o militante do MST, teria planejado o seu retorno para a gestão estadual, mas Wagner teria barrado.
O próprio representante da nova tendência petista Esquerda Popular Socialista (EPS) nega, mas nos bastidores corre que Assunção vem se articulando para reassumir a pasta. O problema é que, segundo os próprios petistas, Jaques Wagner não estaria disposto a entregar outra secretaria a esta corrente. A das Mulheres é comandada por Vera Lúcia Barbosa, que integra os quadros da EPS.
Nos corredores do Palácio de Ondina corre ainda a informação de que o chefe da Casa Civil Rui Costa estaria por trás da articulação para trazer de volta Assunção. Na mesa de negociação estaria o apoio da corrente nas eleições de 2014. Também esta, negada pelos dois envolvidos.
O deputado federal Waldenor Pereira, que foi líder da bancada governista na Assembleia Legislativa, é outro nome que aparece para ocupar o cargo. A despeito de estar no primeiro mandato, Pereira, que é do grupo de Rui Costa e próximo ao governador Jaques Wagner, pode voltar ao estado para assumir uma pasta.
Entretanto, o comentário geral é que o perfil de Pereira seria adequado a outra pasta. Educação talvez. Para trazê-lo, Wagner teria que mexer em peças de opção pessoal. James Correia (Indústria e Comércio) poderia ir para a Fazenda e Oswaldo Barreto (Educação) para o lugar de Correia.
Ainda assim, a Sedes permaneceria sem comandante. O nome da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, também transitou entre os cotados, mas não ganhou força e a gestora tratou de minimizar os efeitos da “rádio corredor”. Até a definição sair quem fica interinamente é a Mara Moraes atual chefe de gabinete de Carlos Brasileiro.
Congresso
Sérgio Barradas e Emiliano José são dois petistas que acompanham estas mudanças de perto. A dupla, que ficou na suplência, perdeu a vaga e precisa de uma ajuda dos companheiros de caneta na mão para retornar à Brasília. O prejuízo maior foi de Sérgio que de quebra deixou de ser o relator do novo Código de Processo Civil (CPC).
Assembleia
Outro que está de “orelha em pé” é o deputado estadual Joacy Dourado. O parlamentar é suplente de Carlos Brasileiro, que ao deixar a pasta volta a assumir o mandato no Legislativo.
O problema é que Dourado desempenha um papel estratégico para os petistas. Ele é ex-prefeito de Irecê, cidade administrada pelo também petista Zé das Virgens, que foi deputado estadual. O atual gestor não vem tendo bons resultados nas pesquisas e pode perder o comando da cidade para outro deputado, Luizinho Sobral (PTN).
Sobral, assim como Dourado, também é suplente. Ele abdicou de seu mandato como vereador de Salvador para assumir a cadeira deixada por João Carlos Bacelar – atual secretário da Educação de Salvador – que volta à Casa Legislativa no final do ano.
Originalmente publicada no dia 05 de abril de 2012, às 17h58