Política

Muita estrela pra pouca constelação

Imagem Muita estrela pra pouca constelação
Partidos intensificam movimentações pelo poder na Câmara Municipal de Salvador  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 29/11/2010, às 18h42   Daniel Pinto


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Apesar de ter vencido uma disputa interna no PT para disputar a presidência da Câmara Municipal de Salvador, o vereador Henrique Caraballal ainda não foi aclamado como candidato da oposição. Tudo porque o PCdoB ainda não definiu se terá candidatura própria ou se vai apoiar o “camarada” do partido da estrela vermelha. Os rumores são de que, na onda da vitória de Dilma Rousseff, os comunistas pensam em lançar uma mulher para concorrer ao cargo mais importante do Legislativo da capital baiana.

“Amanhã (terça, dia 30), haverá uma reunião com o diretório municipal do PCdoB para discutir a questão. Sinceramente, não sabemos de nada ainda. Mas, tanto eu quanto a vereadora Olívia Santana podemos entrar na briga. Acho que o mais importante é ter um nome comprometido com a excelência da gestão pública e com a independência dos poderes. Muito do que acontece com os desmandos da administração da cidade podia ter sido amenizado ou até mesmo resolvido se a Câmara não se curvasse ante aos interesses da prefeitura”, destacou Aladilce de Souza (foto abaixo).    

Mesmo com o discurso firme em relação à falta de independência da Câmara, a vereadora não quis falar em omissão por parte da Casa. “Só acho que podíamos fazer mais. A vida da cidade passa por aqui e essa discussão acaba sendo de certa forma negligenciada quando a prioridade é aprovar projetos da prefeitura”.  
Pontos fracos dos adversários – Alheio à posição do PCdoB, o líder da minoria, Gilmar Santiago (PT) já começou a traçar estratégias para montar uma candidatura competitiva. “Vamos criar uma agenda positiva para tirar a Câmara desta inércia e explorar as fragilidades e falta de coesão da bancada de João Henrique”, revelou o petista.

Gilmar disputou com Henrique Carballal o direito de ser candidato do PT a chefia do Legislativo. Os cinco vereadores da legenda participaram da eleição, que foi definida com o placar de 4 a 1 em favor de Carballal. Mesmo com a derrota, o líder garante que aceitou com tranquilidade a decisão do grupo. “O processo foi democrático e teremos que trabalhar em prol do que foi escolhido pela maioria”, disse em tom pragmático tentando não demonstrar resistência ao nome do “companheiro” escolhido. 
Caso sui generis Se uma disputa interna entre dois pré-candidatos já é difícil, imagine quando três estão no páreo para sentar na cadeira hoje ocupada por Alan Sanches. É justamente o que acontece com o PMDB: Pedro Godinho, Sandoval Guimarães e Everaldo Bispos são candidatos à presidência.

Everaldo busca apoio dos autônomos 

Embora não admita publicamente, Godinho, que é líder do governo, surge como candidato natural do Thomé de Souza. Mas, Everaldo - com o respaldo de presidir a Comissão de Constituição e Justiça - já se mobiliza nos bastidores e busca a simpatia do grupo independente.

Entretanto, Sandoval Guimarães alega que a prefeitura não possui um nome preferido. Além disso, ele mostra que tem fôlego até mesmo para uma candidatura avulsa. “Temos que trabalhar com liberdade de ação. Os poderes constituídos são dispares e autônomos”, alfineta. 

Parece que no caso dos peemedebistas “o problema é muita estrela pra pouca constelação”, como disse o velho Raul Seixas numa célebre música. 

Fotos: Edson Ruiz/Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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