Política

Esquema: Bacelar e Medrado são alvo do balcão de emendas que será investigado

Publicado em 11/07/2012, às 12h01   Redação Bocão News


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A Câmara inicia nesta semana a investigação do balcão de emendas parlamentares montado por deputados federais. Amanhã, o Conselho de Ética indicará o relator. O presidente do órgão, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), fará um sorteio do nome de três colegas e, em seguida, escolherá qual deles ficará incumbido da investigação. Os primeiros alvos do conselho são os deputados João Carlos Bacelar (PR-BA) e Marcos Medrado (PDT-BA). Bacelar também responde a uma acusação de prática de nepotismo cruzado.

Em entrevista ao GLOBO, Medrado admitiu ter negociado com Bacelar a destinação de uma emenda de R$ 2 milhões. Segundo o pedetista, um prefeito condicionou o apoio a ele na eleição de 2010 à entrega dessa emenda a Bacelar. Medrado figurava em uma tabela usada por Bacelar para acompanhar o andamento das emendas de deputados. Todas foram direcionadas para municípios que são base eleitoral de Bacelar e onde os autores das emendas não tinham votação relevante.

A Corregedoria da Câmara, primeiro órgão a ser provocado para investigar as denúncias, aguarda até quinta-feira as defesas por escrito de Bacelar e do deputado Geraldo Simões (PT-BA) em relação às acusações de participarem do esquema. A atuação dos dois foi revelada pela ex-mulher de Bacelar, a empresária Isabella Suarez. Em conversa com a irmã do deputado, Lílian Bacelar, que trava com ele uma disputa judicial por herança, Isabella detalhou a existência do esquema:

— Desse cara do PT, com certeza ele (Bacelar) compra emenda. O nome dele é Geraldo alguma coisa. Federal da Bahia. Se procurar, na hora você vai achar: Geraldo. Com certeza, com certeza. Eles operavam com o filho dele — disse a empresária em conversa gravada por Lílian.

Aliado emprega mãe e tio de deputado

O único deputado do PT da Bahia com esse prenome é Geraldo Simões. O corregedor da Câmara, Eduardo da Fonte (PP-PE), afirmou que pretende entregar seu relatório quando os deputados voltarem do recesso, no início de agosto. A tendência é que as investigações contra os dois sejam encaminhadas para o Conselho de Ética:

— Os deputados já foram citados, e está correndo o prazo para que apresentem a defesa. Recebendo, vou olhar os argumentos e preparar o relatório para apresentá-lo à Mesa Diretora na primeira reunião após o recesso. Vou solicitar que os técnicos trabalhem no recesso para que possamos fazer isso — disse o corregedor.

— O caso é bastante grave, porque acaba atingindo a imagem de todos os parlamentares. A venda de emendas é uma coisa muito desmoralizante. A Câmara devia ter uma posição rápida e cirúrgica para esclarecer esses fatos. Entendo que o conselho nomeará um relator que vai abrir o processo — afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

Enquanto o destino de Medrado e Simões só deve ser definido no segundo semestre, a situação de Bacelar é diferente. O deputado responde desde o ano passado a uma acusação de prática de nepotismo cruzado. Bacelar empregou a própria mãe e um tio no gabinete do deputado estadual baiano Nelson Leal. Em troca, nomeou em seu gabinete a mãe e uma irmã de Leal.

O deputado Guilherme Mussi (PSD-SP), responsável por analisar o caso no Conselho de Ética, apresentará seu relatório amanhã. Mussi se baseará apenas em documentos oficiais e na defesa de Bacelar. O deputado admite que sua mãe foi nomeada no gabinete do deputado estadual mas diz não ser o responsável pela nomeação: “Na verdade, não há favorecimento recíproco ou nepotismo cruzado em face da nomeação da família política ‘Bacelar’, que detém diversos integrantes diretamente ligados a atividades políticas”, diz o texto da defesa.

O que Bacelar não explica é por que contratou para seu gabinete em Brasília dois parentes do deputado estadual que nomeou sua mãe. Com informações do O Globo.

Matéria postada às 23h23 do dia 10 de junho

Classificação Indicativa: Livre

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