Na casa onde morou o escritor Jorge Amado, no bairro do Rio Vermelho, foi escrita na manhã desta sexta-feira (10) – data do centenário de nascimento do escritor baiano – uma página que não vai entrar para as celebres obras da literatura brasileira, mas que vale ser lembrada e registrada como momento único em campanhas eleitorais.
Durante o evento que contou com a presença de personalidades e autoridades, o que realmente despertou a atenção dos presentes foi o clima amistoso entre os candidatos à prefeitura de Salvador ACM Neto (DEM), Mário Kertész (PMDB) e Nelson Pelegrino (PT) que aos sorrisos resolveram, por hora, hastear a bandeira da paz.
Quem também se fez presente foi o governador Jaques Wagner (PT) que anunciou o desejo de transformar a casa do Rio Vermelho, onde Jorge criou grandes obras ao lado de Zélia Gattai, em centro cultural. “Já conversamos com João (filho de Jorge Amado) e vamos ver uma forma de viabilizar a abertura do imóvel com o objetivo de transformar o espaço em um centro de memória do escritor”. Um projeto já foi aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura.
O petista Pelegrino compactua com a opinião do governador e acrescenta que a ação seria uma forma de reconhecimento por tudo o que o escritor fez pelos baianos. “Jorge é incomparável. Figura importante para a nossa história e devemos valorizar tudo o que ele fez parte. Nessa casa a Bahia foi escrita e devemos mostrar essa história, para os jovens passar a conhecer quem foi essa figura”, afirma.
Mário Kértesz, que trabalhou com o escritor no período em que foi prefeito de Salvador, afirma que existe a Bahia antes e após Jorge Amado. “Foi ele que colocou a Bahia no mapa do mundo. Todos passaram a conhecer nossa cultura, nossas histórias através de suas obras e nada mais justo do que transformar a casa onde ele passou grande parte de sua vida em um memorial”.
Já o democrata ACM Neto acredita que as homenagens para o escritor devem ser todos os dias. “Temos que comemorar a data que é única, mas não devemos lembrar dele apenas em datas comemorativas, devemos recordar em todos os momentos, pois sua importância para a literatura é incontestável e incomparável”.
Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, no sul da Bahia. O romancista morreu em Salvador, em 2001. Seu corpo foi cremado e as cinzas enterradas no jardim de sua residência no dia em que completaria 89 anos.
Foto: Gilberto Júnior // Bocão News
