Política

Propagandas eleitorais dos carros de som atormentam população

Imagem Propagandas eleitorais dos carros de som atormentam população
Moradores de Salvador protestaram contra a ineficiência da Sucom na fiscalização   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 22/09/2012, às 13h01   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)


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Propaganda é a alma do negócio. Certo? Depende. Apesar dos candidatos fazerem o maior esforço para expor as suas respectivas campanhas eleitorais, o exagero muitas vezes transforma o que deveria ser positivo em propaganda negativa. Moradoradores do bairro de Cidade Nova, em Salvador, entraram em contato com a redação do Bocão News para declarar que não aguentam mais as insistentes propagandas do candidato Diogo Cunha.

Segundo relatos dos populares, a altura do som e insistência da propaganda eleitoral atrapalham a rotina dos moradores do bairro. Na tarde desta sexta-feira (21), por volta das 15h, o motorista do carro de propaganda de Diogo Cunha ainda parou o veículo no meio da pista, na Ladeira do Ypiranga, para divulgar o jingle do candidato. Somente às 17h36, o som foi desligado e o carro foi deslocado do meio da rua para o passeio público.

"Eu não tenho mais palavras para definir o que sinto pela musiquinha desse cara. Todas as tardes param o carro por aqui e tome-lhe a tocar. Não é um som absurdo, que dê para ouvir da sala de minha casa, mas quem fica aqui no meu quarto e precisa de silêncio pra estudar, não consegue", reclamou a moradora da Cidade Nova, Marcela Andrade.

De acordo com a popular, várias tentativas foram feitas de entrar em contato com a Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom), órgão responsável pela fiscalização sonora em Salvador, mas nenhuma das ligações foram atendidas. "Ficou eternamente chamando com os ramais ocupados. Aí desisti", contou Marcela.

Na Boca do Rio, uma disputa de candidatos por votos também incomoda a população. "Aqui (na Boca do Rio) tem um candidato chamado Jorge Assis que estaciona um carrinho no fim de linha e o som rola da manhã até a noite. Os comerciantes não aguentam mais. Sem falar que ele apagou a maioria dos muros que estavam pintados com o nome do concorrente direto dele no bairro, que é Toinho Carolino. É só uma observação porque não votarei em nenhum deles", relatou a moradora Manoela Cavalcante.

Mas é no Subúrbio Ferroviário que a batalha sonora é mais intensa. Ouvidos pela reportagem do Bocão News, os populares reclamaram das insistentes e "ensurdecedoras" propagandas dos candidatos Carlinhos Bonfim, Irineu, Cissi, Saulo Calmon, Sidney Cigano, TC Mustafa e Negão. A moradora da Rua dos Ferroviários, em Plataforma, Elba Leite, também demonstrou insatisfação com a prática. "Tem vários chatos. Quer que cante todos os jingles? Atrapalham tudo. Atrapalham o estudo, atrapalham o sono e e tem candidatos que não têm hora. Começam às 7h e vão até às 23h", esbravejou, indignada, a popular.

Fiscalização

Fiscalizar o limite de decibéis usados em carros de som pelos políticos em campanhas eleitorais é responsabilidade da Sucom. O órgão municipal afirma que a Lei Municipal n° 5.354/98 determina o limite sonoro de 70 decibéis das 7h às 22h, e de 60 decibéis, das 22h às 7h.

O aparelho decibelímetros monitora o volume. O objetivo é verificar do som e informar o volume máximo permitido aos responsáveis. Caso o limite sonoro seja ultrapassado, eles podem ser multados e ter apreendidos os aparelhos sonoros.

O Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65), através do artigo 243, considera infração campanhas eleitorais que "perturbem o sossego público, com algazarra ou abusos de instrumentos sonoros ou sinais acústicos, não serão toleradas".

A população pode denunciar casos de poluição sonora através do número (71) 2201-6660, que funciona (ou deveria funcionar) 24h por dia.

Foto 1: Bocão News
Foto 2: Divulgação/ Sucom


Classificação Indicativa: Livre

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