Política

Vergonha no Senado

Imagem Vergonha no Senado
Para Cristovam Buarque, os parlamentares deveriam pedir desculpas à população  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 20/12/2010, às 21h08   Luiz Fernando Lima


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Na última quinta-feira (17), os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Pedro Simon (PMDB-RS) entraram com um projeto de lei que leva o percentual de aumento concedido aos parlamentares aos professores da educação básica, 61,78%.  Caso seja aprovado, o piso salarial da categoria saí dos atuais R$ 1.024 para R$ 1.656,62.

Em conversa com a reportagem do Bocão News, Cristovam afirmou que os parlamentares deveriam estar envergonhados pelo reajuste, que segundo o pedetista, é absurdo. “O médico não aumenta o preço da consulta quando está em baixa. Este aumento foi no mínimo inoportuno”, criticou.

O senador disse ainda que o argumento de seus pares quanto à necessidade de reajustar antecipando os próximos quatro anos não é real. “O aumento foi para equiparar os salários com os dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e não para outra coisa. Se não fosse assim, teriam seguido o índice da inflação algo em torno de 20%, mesmo que quisessem projetar o aumento seria de 40%”, explica.

Mesmo empenhado na aprovação do projeto, Cristovam não faz prognóstico quanto a aprovação. “Agora temos que esperar o retorno após o recesso, no inicio da próxima legislatura, lá para março teremos como saber como foi distribuído o projeto e ai saberemos se vai andar ou não”, afirmou.

Para Cristovam, a desigualdade salarial entre os parlamentares, que pelo projeto aprovado passarão a receber R$ 26,7 mil, deveria ser motivo de vergonha. “Eles (senadores) deveriam estar pedindo desculpas para a população”, concluiu.

Professores

O primeiro-secretário do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira, afirmou que os professores apóiam o projeto de Lei enviado ao Congresso Nacional pelos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Pedro Simon (PMDB-RS), que aumenta o piso salarial da categoria no mesmo percentual dado aos próprios parlamentares, 61,78%.

O piso dos professores da educação básica sairá dos atuais R$ 2.024 para R$ 1.656,62 caso seja aprovado. “Estamos aqui para o que eles precisarem, abaixo assinado, manifesto, e tudo o que estiver ao nosso alcance faremos para ver um projeto como este aprovado”, revelou.
Oliveira aproveitou a conversa com a reportagem do Bocão News para lamentar a falta de representatividade da categoria nas Casas Legislativas federal e estadual. De acordo com ele, no âmbito nacional a quantidade de representantes dos professores caiu, porque vários não foram reeleitos, já na Assembleia Legislativa continuou sem ninguém.

“Infelizmente por aqui não temos nenhum representante direto. Conversamos com os lideres de bancada do governo e da oposição, mas nenhum deputado eleito tem vinculo com os professores”, afirmou.

De acordo com o presidente da APLB, este ano foi muito duro para a categoria. “Ano de eleição é muito prejudicado, porque acaba sendo um ano da política para a política. As matérias de interesse dos trabalhadores ficam paradas”.

Contudo, o professor comemora o que, para ele, foi a grande conquista do ano. “O Plano Nacional de Educação foi encaminhado para o Congresso neste final de ano. Em 2011, vamos nos mobilizar para que seja aprovado e principalmente implantado nos estados e nas cidades. Acredito, que teremos grandes avanços na educação por conta dele”, sinalizou.

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