Política

Aliados não concordam com 'pressão' do PDT

Publicado em 17/11/2012, às 16h47   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)




A disputa por cargos na possível reforma política do governo Jaques Wagner (PT), a partir de janeiro, tem gerado mal estar dentro do bloco de partidos aliados. O primeiro a manifestar o desejo de obter mais espaço foi o DPT, que se apega no número de candidatos eleitos nas eleições 2012 para conseguir obter maior poder de decisão.

O presidente do PDT na Bahia, Alexandre Brust, declarou para o Bocão News que um oficio foi redigido pelos membros do partido para ser entregue ao governador Wagner. O conteúdo do documento faz referência ao expressivo crescimento da sigla no Estado e a importância de conquistar um poder mais concreto de decisão no governo estadual.

Em reportagem publicada neste sábado (17) na Tribuna da Bahia, líderes de partidos integrantes da base estadual asseguram que, por enquanto, não faz parte dos planos cobrar mais cargos na gestão petista no Estado.

O presidente estadual do PT, Jonas Paulo, disse que não é a quantidade de prefeituras que vai definir a reforma no governo Wagner. “Mas, sim, a necessidade de construção da sucessão”, disse, pontuando que se fosse pela quantidade de votos e de conquistas no pleito, o PT sairia ganhando. “A montagem do governo estadual não se deu pelas eleições, mas pelas forças de bancada”, afirmou, lembrando das eleições estaduais de 2010.

Com a segunda maior bancada estadual, o PSD também não colocou ainda na mesa o peso do partido para buscar mais espaços. O presidente da sigla, o vice-governador Otto Alencar, embora reconheça o tamanho da agremiação e o avanço nas urnas em outubro, ressalta que “não existe nenhuma cobrança”.

O presidente do PCdoB baiano, deputado federal Daniel Almeida, foi mais enfático ao dizer que o PCdoB “não tem nenhum pleito a fazer ao governador”. “Temos, sim, o compromisso de ajudá-lo para que o seu projeto seja cada vez mais forte na Bahia. Essa coisa de espaços maiores ou menores sempre surge depois de uma eleição, porém o mais importante é todos nós termos compromisso", afirma.

Mesmo com a conquista de prefeituras “estratégicas”, como Lauro de Freitas, Ilhéus, Jequié, Barreiras e Luis Eduardo Magalhães, o PP não deve seguir o parâmetro do crescimento nas urnas para ampliar os cargos no governo. Pelo menos é o que diz o deputado estadual, Mário Negromonte Jr., que pondera ao dizer que as eleições acabaram recentemente, não sendo esse o momento para tratar de reivindicações. Entretanto, sinaliza que o partido está à disposição caso seja necessário.

“Temos grandes quadros, mas quem tem a caneta é o governador. O PP não quer colocar a faca em seu pescoço”, disse. Com uma base estadual ampla, o governo ainda pode ser cobrado pelos anseios do PSB da senadora Lídice da Mata, do PTB do deputado Antonio Brito, do PRB do deputado federal Márcio Marinho e do PR do ex-senador César Borges.


*Matéria publicada às 10h23 do dia 17/11.

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