Política

Nilo aceita apoio, mas não retira nome para 2014

Publicado em 28/11/2012, às 10h01   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)



O presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), comemorou a declaração de apoio dos 14 deputados petistas à sua quarta candidatura ao cargo alto da Casa. “Estou muito feliz com o apoio do PT”, afirmou à reportagem do Bocão News.

O anúncio de apoio da bancada é resultado de uma articulação que transcende o terreno onde está instalado o Palácio Luís Eduardo Magalhães alcançando os edifícios que sediam a governadoria, Tribunal de Contas do Estado (TCE) e União dos Municípios da Bahia (UPB).

O presidente estadual do PT, Jonas Paulo, foi porta-voz da resolução quando defendeu que todo processo de lotação da base em 2013 – leia-se assento no TCE, presidência da Assembleia e da UPB – está umbilicalmente ligado à eleição de 2014.

Pré-candidato petista ao centro da Mesa Diretora, Rosemberg Pinto, ressaltou a sua insatisfação diante da posição do partido. “Não foi consensual. A decisão não partiu apenas da bancada. A bancada não estava à vontade para fazer esta disputa e eu não seria candidato de mim mesmo”.

Rosemberg argumenta que o próprio governador Jaques Wagner concedeu entrevistas nas quais demonstrava um posicionamento contrário à reeleição, mas estava ciente de que Nilo conseguiu se viabilizar.

“Isto (Nilo se viabilizar) aconteceu porque o PT não apresentou alternativa. O PT demorou de se posicionar. Deveríamos ter apresentado uma candidatura há três meses. Diante disso deixei claro que não quero pagar o preço desta decisão”.

O petista explora três pontos importantes que atentam contra os seis anos da gestão de Nilo. Para Rosemberg, a eleição por indicação, o não funcionamento da Mesa Diretora e a falta de transparência no funcionamento da Casa precisam mudar.

Nilo entende que as condicionantes fazem parte do processo de adesão de candidatura, mas refuta qualquer possibilidade de colocar 2014 na conta de 2012. “Não tem nada a ver com 2014. A política é dinâmica, mas a presidência da Assembleia não tem nada a ver com disputa pelo governo do estado”.

O presidente justificou que ainda está cedo para discutir a sucessão de Jaques Wagner. Não disse, mas deixou a entender que seria precipitado, contudo, se esquece que foi ele que deflagrou a corrida pela própria presidência da Assembleia, quando conversou com o governador sobre o assunto.

Para além, Nilo também foi responsável pelo início das discussões com relação à candidatura ao governo do estado. A atitude é vista por aliados como um blefe para conquistar espaço dentro da chapa majoritária. Mas, dentro da concepção de Jonas Paulo, a presidência da Assembleia deve satisfazer a necessidade por espaço do PDT.

Nos corredores da Assembleia permanece incólume o prenuncio de que a vaga de Zilton Rocha, que se aposenta compulsoriamente em 2014, será herdada por Nilo. “Ele (Nilo) não tem mais condições de voltar a ser um deputado normal. Para o governo é muito difícil. Senado está cada dia mais complicado. Para ele, o TCE é o destino mais provável”, especula um par que não quis se identificar.

Passa a régua

Nilo se reúne com a bancada do PSD e da oposição ainda esta semana e o indicativo é de que deve fechar a faturar e consolidar o quarto manda à frente do parlamento baiano.


Postada às 18h42 do dia 27 de novembro

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