A Câmara de R$ 4.8 milhões

Publicado em 04/12/2012, às 07h56 Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)

Os 43 vereadores eleitos para a próxima legislatura na Câmara Municipal de Salvador gastaram R$ 4.8 milhões na campanha deste ano. A tabulação das informações disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) demonstra que nem sempre aquele que investe mais tem mais votos.

Algumas informações também colocam luz em suposições equivocadas sobre a capacidade de obter recursos de cada candidato. Prova disso é a campanha de Edvaldo Brito (PTB). Professor Edvaldo, como é conhecido, foi o vereador que mais gastou com a campanha.

Somente o diretório estadual do PTB, presidido pelo deputado federal e filho do candidato, Antônio Brito, investiu R$ 400 mil dos R$ 425 mil utilizados durante todo o período. Edvaldo teve 11 mil votos. No início da corrida eleitoral o comentário que circulava era de que o então vice-prefeito faria uma campanha tendo como foco o voto de opinião.

O mais votado, Carlos Muniz (PTN), teve 16.959 votos e investiu R$ 124.800. Foi o 15º em gastos.

Hilton Coelho (Psol) e Soldado Prisco (PSDB) foram candidatos que, por razões diferentes, não precisaram investir pesado para obter um expressivo resultado nas urnas.

O primeiro concorreu à prefeitura em 2008 e o jingle virou hit embalando a campanha ao Legislativo deste ano. Coelho foi o segundo vereador mais votado com 16.408 e investiu pouco mais de R$ 15 mil.

Arrastado pela insatisfação dos policiais militares e outros servidores públicos com o governo do estado, o soldado exonerado do Corpo de Bombeiros colheu os frutos da greve, da qual saiu como o principal líder, e teve quase 15 mil votos. Para isso, investiu menos de R$ 10 mil, sendo apenas o 41º neste quesito.

No final das duas relações, investimento e votos, está o vereador Vado, do DEM. Ele foi o que menos gastou – R$ 5 mil – e teve 4059 votos.

Henrique Carballal é um dos exemplos dos que muito investiram e pouco colheram. O petista gastou R$ 263 mil na campanha – o 5º que mais arrecadou - e teve 5.785 votos. A proporção é de R$ 45,48 por voto. Carballal foi o último da coligação e o 36º no geral.

Compõem a lista dos que mais investiram: Heber Santana (PSC) R$ 368.299; Paulo Câmara (PSDB) R$ 293.500; Waldir Pires (PT) R$ 279.310; Leo Prates (DEM) R$ 257.819,30 e; Fabíola Mansur (PSB) R$ 210.515,34.

Na outra ponta estão: Leandro Guerrilha (PSL) R$ 6.073; Alemão (PRP) R$ 10.700; Ana Rita Tavares (PV) R$ 30.600; e Catia Rodrigues (PMN) R$ 36.934,65.

Grupos

Entre as coligações, a “Todos Juntos por Salvador”, composta pelos partidos PP, PT, PTB e PSD, elegeu 12 edis que gastaram ao todo R$ 1.782.905,44 e tiveram 105.721 votos. Foi o grupo que mais investiu.

Já a parceria DEM/PSDB elegeu cinco edis gastando R$ 667.067.67. Foram 41.076 votos. O PTN sozinho teve 66.044 distribuídos entre os seis vereadores eleitos. Os candidatos gastaram R$ 554.328,99.

Reforma Política

No centro das discussões que se arrastam no Congresso Nacional sobre a reforma política está o debate sobre o fim do financiamento privado nas campanhas.

Se aprovada, a exclusividade do investimento público na corrida eleitoral, muito candidato teria dificuldade para colocar o nome na rua e se eleger.

Confira a lista do vereadores e gastos. Clique (aqui)

Nota originalmente postada às 16h do dia 3

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