Política

João Henrique dispara contra a imprensa, tribunais e MP-BA

Imagem João Henrique dispara contra a imprensa, tribunais e MP-BA
"A força dos meus adversários é junto aos tribunais aqui na Bahia e junto a mídia"  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 28/12/2012, às 17h26   Rafael Albuquerque - Twitter: (@rafaelteescuta)



Faltando três dias para deixar de vez a prefeitura de Salvador, João Henrique (PP) concedeu mais uma entrevista ao jornal Tribuna da Bahia. Logo de início, o gestor disparou que os que o atacam têm “medo” e “pânico” de o enfrentar nas urnas. João vai além e deposita parte da culpa das críticas que sofre na imprensa: “com a ajuda de boa parte da imprensa, porque todo mundo sabe a influência dos meus adversários junto aos meios de comunicação na Bahia, todo mundo sabe. É óbvio, é uma coisa clara. É uma coisa explícita. É explícito a influência dos meus adversários junto a quase 100% da mídia na Bahia. É explícita. Não me faça dar os nomes porque seria antiético da minha parte dar os nomes daqueles que operam diretamente junto a jornais, rádios, televisões e blogs políticos”. Confiante que vai sair sem punição no caso das contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios e pela Câmara Municipal de Salvador, João declarou: “Sim. Porque existe o Tribunal Superior Eleitoral que não sofre as influências políticas de meus adversários. Os tribunais aqui na Bahia sofrem. Em cima, são tribunais superiores, então a força dos meus adversários é junto aos tribunais aqui na Bahia e junto a mídia e a imprensa, pelo medo, pelo pânico de ver meu nome numa cédula de uma eleição qualquer”.


Questionado sobre quem seriam os poderosos da elite política que querem o ver fora de cena, o pepista mais uma vez cita a imprensa como culpada: “Não vou citar nomes porque a imprensa está toda controlada. O problema daqui da Bahia é que a imprensa é quase toda controlada, entendeu? Esse controle que eles exercem sobre a imprensa, tudo o que eu falo é usado negativamente”.


Culpados anônimos (forças do atraso?) pelo vergonhoso atraso na entrega do Metrô de Salvador foram citados por João Henrique: “Não me deixaram, por exemplo, inaugurar o metrô. A obra está pronta, 100% pronta, e não me deixaram. Há mais de um ano que a obra está pronta. E por que não me deixaram inaugurar? Por quê? Assim como o metrô, tantas outras coisas. A Avenida Paralela, a nossa opção era pelo BRT, que já estaria pronto o BRT. Não, optaram por um metrô, que Deus sabe quando vai ficar pronto. Esse que está aí levou 11 anos. O metrô da Paralela vai levar quantos anos? Se o de 6 km levou 11 anos, o de 15 km da Paralela vai levar quantos anos?".

Até no Ministério Público da Bahia o atual prefeito atirou: “O Ministério Público antes de João Henrique era um e depois do meu governo era outro. Eu acho que o meu governo foi um marco. Como o massacre foi total, todos que antes não tinham as ações tão extensas, tão permanentes, todos, de um modo geral, passaram a atuar, a agir por ter um governo, como eu disse, voltado para a população pobre, o que não agrada as elites. Um governo que trabalha para os pobres não agrada as elites. As elites querem governos que trabalhem para elas, para as elites. Então até as instituições, de um modo geral, todos da imprensa, todos, não admitem um governo que trabalha para a população pobre".

João elegeu, na entrevista, o momento mais triste dos oito anos de governo: “foi quando o juiz Carlos D’Ávila decidiu pela derrubada de mil barracas de praia. Ele decidiu pela derrubada, ele decidiu e convocou os equipamentos da Sucom, ele promoveu as derrubadas das barracas de praia. O juiz Carlos D’Ávila, da Justiça Federal. A Justiça Federal promoveu a derrubada das barracas de praia faltando 15 dias para as eleições de 2010. Aquele foi o momento mais triste para mim. Pelo sofrimento que causou aos barraqueiros e eu ainda levei o ônus político daquela decisão da Justiça Federal”.

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