Política

Itiruçu: prefeito atrasa salários, 13º e população faz protesto na Prefeitura

Imagem Itiruçu: prefeito atrasa salários, 13º e população faz protesto na Prefeitura
Segundo o presidente da Câmara, o gestor da cidade enfrenta protestos da população  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 28/12/2012, às 15h31   Caroline Gois (twitter: @goiscarol)


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A população de Itiruçu, cidade localizada a 329 km de Salvador, está fechando o ano de 2013 levantando um saldo negativo com relação ao prefeito Carlos Martinelli (PT). "Ele não pagou o salário de dezembro e nem o 13º dos servidores", denunciou ao Bocão News o presidente da Câmara de Vereadores, Robson Mauro (DEM).

Segundo o democrata, Martinelli teria passado a manhã desta sexta-feira (28) dentro da prefeitura à base de protestos da população, que reivindica, aos gritos, os salários atrasados. A Polícia militar foi chamada para manter a ordem das manifestações. Os organizadores ligados à Comissão de Defesas dos Direitos dos Funcionários Públicos informaram ao site Itiruçu Notícias que a manifestação só terá um fim quando o atual prefeito, que vive seus últimos dias na politica da cidade, resolver aparecer para dizer quando o pagamento será feito. "Ele quer aproveitar os últimos dias dele na Prefeitura. Não sai de lá para nada e nem dá uma resposta á popualção", disse o presidente da Câmara.



Em 2010, Martinelli quase sofreu um processo de cassação. O motivo seriam denúncias que envolviam contratação de empresas sem licitação, nomeação de servidores sem concurso público, supostos desvios de recursos da saúde e educação, renúncia de receita dos prestadores de serviços e superfaturamento em contratação de serviços são alguns tópicos que constam no processo. Em depoimento à imprensa na época, o prefeito declarou-se inocente, mas deixou claro, entretanto, que, devido à sua pouca experiência em administração pública, como também de sua equipe administrativa, alguns erros poderiam ter sido cometidos de modo não intencional.

Descaso no interior

Já em Nova Fátima e Tucano os servidores também reclamam de atraso do salário e do 13º. Segundo o site Calila Notícias, uma funcionária da prefeitura de Nova Fátima, cuja não quis se identificar, reclamou que não recebeu o 13º salário, assim como os demais servidores. Segundo ela, o prefeito chamou a Policia da Caatinga para conter possíveis atos de depredação. Mas, garantiu que os funcionários, mesmo revoltados, não adotariam tal postura: “ não iremos cometer nenhum ato de vandalismo, apenas queremos ter o direito respeitado. Como a justiça está de recesso não temos a quem recorrer” afirmou.

Tucano – Depois da reunião no Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Tucano (SINDSMUT), os profissionais da Educação do município realizaram um protesto também contra o atraso do pagamento do 13º e do salário de dezembro, na manhã de quarta (26), no prédio da Prefeitura.

O presidente do SINDSMUT, Adenilton Rocha de Oliveira informou que os secretários  garantiram para a comissão que até esta sexta-feira dia 28, o 13º dos profissionais estará  na conta dos mesmos. Já o salario deste mês de  dezembro - que  ainda  não foi creditado, não tem previsão para  ser pago e talvez  eles  só recebam  na gestão do próximo prefeito que tomará posse no próximo  dia  1º de janeiro. Pela legislação, a segunda parcela do décimo terceiro deveria ter sido paga até o dia 20 deste mês.

E em Camamu, um servidor entrou em contato com a Rádio Sociedade na manhã de hoje, informando que o 13º salário também não havia sido pago.

As situações destes municipios não são “casos isolados”. Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgada na semana passada já presumia que 11% das prefeituras brasileiras atrasariam o 13º dos servidores. Segundo a CNM, o prefeito que não quitar a dívida até o fim do mandato e deixar despesas para o sucessor pode ficar inelegível. A justificativa, de acordo com a confederação, está na crise financeira enfrentada por municípios brasileiros neste final de mandato dos atuais prefeitos,  devido ao dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal que obriga o gestor a gastar um determinado percentual com pagamento de pessoal, o chamado limite prudencial.

Com informações do Calila Notícias e Itiruçu Notícias
Fotos: Itiruçu Notícias

Classificação Indicativa: Livre

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