Gaban garante: a voz está em dia

Publicado em 05/02/2013, às 19h54 Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)

O ex-presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Carlos Gaban (DEM), voltou ao Palácio Luís Eduardo Magalhães no final da manhã desta terça-feira (5). Na condição de primeiro suplente da coligação entrou na vaga deixada com a renúncia de Gildásio Penedo, que tomou como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), no mesmo dia.

Em uma cerimônia na antessala da presidência, o destaque ficou com Marcelo Nilo (PDT), que fez longo discurso falando sobre a contribuição da oposição para o fortalecimento do Governo do Estado e do próprio Poder Legislativo. Durante a fala, o presidente lembrou os tempos que estava do lado adversário do grupo de Gaban.

Como em todo discurso que estende de forma espontânea, em alguns momentos o empossado Gaban teve de ouvir elogios efusivos ao “republicanismo” do governador Jaques Wagner. A característica foi enaltecida por Nilo porque Wagner sabia que ao acatar a decisão dos deputados de nomear Penedo no TCE, teria que conviver com o “combativo” Gaban na oposição.

Abaixo algumas respostas sobre as expectativa do mais novo integrante da oposição:

Quais são as expectativas deste retorno para a Assembleia Legislativa?

Confesso que estes dois anos que fiquei fora, depois de 16 anos dentro desta Casa, me rederam uma experiência muito interessante, sobretudo, para ter uma noção de como a sociedade nos encara. Porque quando ficamos muito tempo aqui, nos esquecemos disso. Acabamos achando que o poder está acima de tudo. Volto com esta experiência.

Qual foi a percepção?

O parlamento se distancia da sociedade. Fala-se uma linguagem aqui, que a sociedade não entende. Então, tem uma dissintonia muito grande. Eu dou um bom exemplo do comportamento que deve-se ter na política: a aproximação do governador do estado, Jaques Wagner com o prefeito de Salvador, ACM Neto, é uma demonstração de maturidade política. A política tem que ser feita de quatro em quatro anos. Nesta oportunidade, se faz o debate de ideias. No percurso destes quatro anos tem que estar sintonizado com a sociedade. A população não quer saber de briga de partido ela quer os benefícios, os direitos assegurados.

Como deve ser a sua atuação?

Aqui é o mesmo trabalho que já vínhamos fazendo. A oposição tem plena convicção que ela tem bons quadros. Eu pretendo continuar estudando as matérias para poder fazer as críticas construtivas ao governo. Fizemos diversas denúncias durante a legislatura anterior e como resultado algumas licitações foram canceladas. Acho que foi bom para o governo. Se não denunciássemos o próprio tribunal de contas teria reprovar as contas do governo.

Como analisa a oposição?

A democracia, como disse o próprio presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo, só é forte se tiver oposição forte. Um governo só é forte se houver oposição forte. O parlamento segue a mesma lógica. Se o governo não tiver oposição forte, ele comete várias falhas. Isso eu quero mostrar para a base do governo. Não aprovar para tentar ser “bonzinho” com o governo. As críticas devem ser feitas, até para ajudar o governo a definir os seus rumos. Nós tivemos uma liderança excepcional com o deputado Paulo Azi (DEM), agora presidente do DEM. A bancada foi assumida por Elmar Nascimento (PR), que é um dos parlamentares que tem mais conhecimento do regimento interno, o que acho fundamental para o exercício da liderança. Eu quero ajudar esta base. Espero assumir a vice-liderança, como Elmar disse que gostaria que eu o fizesse.

Quando acreditou que voltaria para a Casa?

A imprensa teve um papel fundamental no meu retorno para esta Casa. Quando começou a divulgar os faltosos da legislatura passada. Isto fez eu me alertar. Vi que tinha deputados com muitas faltas. Os deputados não tinham esta preocupação antes, por achar que estavam acima das constituições federal e estadual. Entrei na Justiça. Graças ao trabalho da imprensa.

A voz está em dia?

Está em dia e descansada para poder voltar a esta Casa.

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