Política

A encruzilhada de Targino Machado e do PSC

Imagem A encruzilhada de Targino Machado e do PSC
Partido atraído para a base do governo indicou o diretor do Ibametro   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 18/02/2013, às 18h07   Luiz Fernando Lima (Twitter: @limaluizf)




Enquanto os partidos tradicionais de oposição resistem às investidas do governo estado para atrair lideranças, outros se deixam levar e passam a atuar com alinhamento quase que irrestrito ao projeto Jaques Wagner. Não é segredo que a decisão sobre aderir nem sempre passa pelos quadros eleitos das siglas. Os acordos, muitas vezes, são firmados com a caneta dos dirigentes partidários.

A composição vem deixando deputados estaduais com atuação marcada no campo adversário ao governo em uma situação constrangedora, em primeiro momento, e no segundo, numa verdadeira “sinuca de bico”. O caso de Targino Machado (PSC) é emblemático neste sentido. O parlamentar passou os dois primeiros anos da atual legislatura criticando veementemente o governo e agora vê o partido migrar.

Sem poderes para decidir o caminho da sigla, Machado tem pela frente a saída do partido e o consequente transtorno para enfrentar uma maratona que o levará a outro partido. Eventualmente, pode ainda ter de encarar uma batalha jurídica para manter o mandato. Esta segunda hipótese pode não acontecer, mas o desgaste é certo.

Na última sexta-feira (15), Machado conversou com a Executiva do PSC em seu gabinete na sede do Poder Legislativo baiano. Eliel Santana justificou ao parlamentar a decisão. O deputado pediu alguns dias para pensar a respeito e deve anunciar a decisão na próxima quarta-feira (20). Primeiro em reunião com a direção partidária e ato contínuo em Plenário. O que não está definido é o destino do deputado. PTN, PSDB e DEM são atracadouros prováveis.

Junta-se a Machado, Elmar Nascimento, líder da bancada de oposição, Sandro Régis, ambos do PR, além de Bruno Reis do PRP. O quarteto chegará à eleição de 2014 em partidos novos, com números novos, mas, como os próprios afirmam, com a consciência tranquila. O sono dos que foram eleitos para fazer oposição e não se renderam às benesses governistas.

Resta saber como é que este respaldo vai repercutir nas bases eleitorais. Se o governo estiver bem, podem perder votos, caso contrário podem sair com votação expressiva. A organização da chapa proporcional dos partidos de oposição é outra equação potencialmente complexa.

Classificação Indicativa: Livre

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