Os "pequenos ajustes" de Gabrielli na Seplan

Publicado em 02/03/2013, às 14h06 Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)

O secretário estadual do Planejamento, José Sérgio Gabrielli, reforçou suas fileiras técnicas para enfrentar os desafios nos dois últimos anos de governo Jaques Wagner. No Diário Oficial do Estado deste final de semana foi pública a transferência de Ranieri Muricy Barreto e Thiago Reis Góes da Assessoria Especial do governador para a Seplan.

Em entrevista ao repórter Lucas Esteves, do Bocão News, o secretário afirmou que colocou o superintendente de Planejamento Estratégico da pasta, Paulo Henrique Almeida, para dirigir a superintendência de Gestão e Avaliação. “Eu desloquei o Paulo Henrique de Almeida, atual superintende, para cuidar exclusivamente da ponte (Salvador/Itaparica), dada a importância que estou dando a esta obra”.

Com a vacância, Gabrielli revelou que pediu ao governador Jaques Wagner a liberação de Ranieri para cuidar do planejamento estratégico. “Ele é um técnico que foi meu aluno de Economia, tem experiência e vai assumir a superintendência de política econômica”. O ex-presidente da Petrobras foi taxativo quando aventada a possibilidade de desgaste político. “Nenhum problema político“.

O pequeno “ajuste” demonstra qual será a estratégia de Gabrielli para buscar a indicação do partido em 2014. O secretário está se cercando de técnicos que serão responsáveis por tocar projetos importantes com potencial para repercutir de forma amplificada. Politicamente, ele já conta com o apoio da maior tendência nacional do partido, CNB, além de a mão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Embora evite antecipar a política eleitoral, o que se analisa dentro da gestão de Wagner é que os interessados em disputar o pleito estão tomando para si projetos que dão visibilidade. O chefe da Casa Civil, Rui Costa, é o responsável pelas políticas de combate aos efeitos da seca, além de outros estruturantes.

Gabrielli vai contar com o apoio de Ranieri e Thiago para ajudar os prefeitos a construírem do Plano Plurianual, além de tocarem outros projetos. Tira, de quebra, dois técnicos do campo do “adversário”.

Informações, negadas pelos envolvidos, mas que percorreram os corredores da governadoria dão conta de que o próprio Ranieri estaria insatisfeito com a falta de espaço para atuação na Assessoria Especial. A restrição estaria sendo imposta por prepostos de Rui Costa preocupados com a relação que o primeiro tinha com Gabrielli.

O caso é apenas um dos muitos outros que deverão ser tratados com cautela dentro dos departamentos da gestão estadual. Caso a disputa pela indicação do Partido dos Trabalhadores à sucessão de Wagner extrapole os limites do bom senso, os últimos dois anos podem ser desastrosos.

Como defendeu um petista em conversa com a reportagem do Bocão News: neste momento é bom deixar tudo muito claro, pois o que não falta é gente que quer mostrar trabalho ao “padrinho” e que para isso prejudica toda a gestão. O movimento é feito, diversas vezes, sem o consentimento ou conhecimento daquele que é o ator político principal.

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