A visita do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado estadual Marcelo Nilo (PDT), ao programa “Se Liga Bocão”, na rádio Itapoan, foi bastante ácida. Geralmente polido, o pedetista aproveitou o espaço e detonou o secretário de Urbanismo de Salvador, José Carlos Aleluia, e também questionou o início da prefeitura de ACM Neto, que disse que só irá criticar a partir do 100º dia da gestão na capital.
Nilo opinou sobre Aleluia ao ser instado a falar sobre o impasse entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Salvador na questão do metrô da capital. Segundo o deputado, há um desacerto entre as duas esferas, mas o secretário ajuda a desestabilizar o ambiente ainda mais sendo crítico ao Governo Federal como tem sido ultimamente. Esta atitude, ele analisa, é incompatível com o posto de secretário.
“Aleluia, ao invés de ser bombeiro, esquece que é secretario e, na véspera de uma audiência com a presidenta Dilma, escreve no Twitter dele ‘o governo Dilma é pífio". Um homem desse não pode ser secretário de Estado. A prefeitura quer trazer recursos federais, isso é um ponto positivo e importante e o prefeito está correto. Agora vem um secretario sempre para tocar fogo em vez de ser um bombeiro. A função do parlamentar é fazer oposição, a do secretario é uma função gestora, administrativa. Acho que ele está no lugar erado. Deveria ficar lá no parlamento sendo oposição”, disparou o deputado.
Continuando a sessão questionadora, Nilo aproveitou para dizer que ACM Neto se aproveita do caráter democrático da gestão Dilma e também de Wagner para atrair recursos federais para Salvador. Ele lembrou que, na época de Lídice da Mata, era impossível conseguir qualquer tipo de verba com a influência política do ex-senador ACM e também com o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele, porém, se recusou a fazer um diagnóstico do trabalho de Neto e disse que esperará mais 22 dias para fazê-lo.
“Defendo que ele é o prefeito de todos nós e tem que fazer as coisas por Salvador. Só falo sobre Salvador quando completar 100 dias de prefeitura. Neste dia, eu vou fazer a seguinte pergunta: nesses 100 dias, qual foi a diferença entre João Henrique e ACM Neto? É só uma pergunta, sem ofensa nenhuma”. O deputado não disse, mas certamente aguarda para criticar as promessas de 100 dias de governo que Neto fez em campanha e não terá cumprido em tempo hábil.
Nota originalmente postada às 19h do dia 18
Roberto Viana
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