Política

Marcha do MST: deputados petistas criticam governo Dilma

Imagem Marcha do MST: deputados petistas criticam governo Dilma
Reforma agrária deixou de ser pauta, afirma deputados  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 12/04/2013, às 15h26   Juliana Costa (Twitter: @julianafrcosta)



Na Bahia, os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) continuam aguardando pela discussão das demandas do grupo com os órgãos competentes. Desde a manhã desta quinta-feira (11), cerca de 5 mil pessoas iniciaram as mobilizações relacionadas ao Abril Vermelho – atos que marcam os assassinatos de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em Eldorado dos Carajás, no ano de 1996.

Dentre as demandas estão a imissão de posse, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de 40 fazendas localizadas nas regiões sudoeste e extremo sul do estado e a investigação do assassinato de uma das lideranças do movimento, Fábio Silva, morto no dia 2 de abril, no município de Iguaí.

A reportagem do Bocão News conversou com um dos líderes do movimento e, atualmente, deputado federal, Valmir Assunção (PT). O parlamentar garante que o número de assentamentos no governo Dilma tem caído em relação ao governo do ex-presidente Lula. Em 2011 foram pouco mais de 6 mil desapropriações de terra. “Tem setores do governo que acreditam que investir no agronegocio é mais necessário que viabilizar a reforma agrária, a integração de posses, e assim, a concentração de terras tem aumentado”, critica.

Na Bahia, cerca de 25 mil famílias estão acampadas e 42 mil assentadas. Mas para o parlamentar, é necessário levar políticas públicas para o acesso à educação, saúde, crédito para comercialização e oportunidades para trabalhar no campo. “Depois que as famílias são assentadas elas precisam de oportunidades para produzir. Hoje temos quatro milhões de famílias que querem trabalhar na terra, produzir, mas que não têm oportunidades”.

Outro petista que vem criticando a posição da presidente Dilma Rousseff em relação à reforma agrária é o deputado estadual Marcelino Galo. “É necessária uma retomada dos debates a respeito da reforma agrária no Brasil. Esse tema está há muito tempo fora do campo das prioridades do governo. Acredito que não só no mês de abril, mas em todos os meses devemos ter a obrigação de luta”, e complementa, “é preciso também eliminar a violência no campo para que não aconteça o que aconteceu com Fábio, em Iguaí, nem que aconteça outro massacre como o que foi em Eldorado dos Carajás, no Pará, que envolveu ações dos grandes latifundiários”.

Para Galo, as reivindicações dos sem-terra não são levadas em conta e por isso o número de ocupações tem diminuído. “Os acampados continuam à beira das estradas, ou nas proximidades das fazendas pretendidas, alguns há mais de 8 anos”.

Marcha

Os militantes do MST estão em marcha desde a última terça-feira (9), e chegaram no dia seguinte ao município de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. A prefeitura disponibilizou um carro-pipa, sanitários químicos e uma ambulância para atendimento de urgência.

A ocupação acontece em outros municípios, a exemplo de Barra do Choça, onde militantes acampam na Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) desde o último sábado (6).

Para o dia 17 de abril, o movimento ainda não divulgou a ação específica que irá realizar.



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