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O vereador e ex-policial militar Marco Prisco Caldas Machado que foi denunciado pelo Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) por diversos crimes, a maioria deles contra a segurança nacional, praticados durante a greve da Polícia Militar, ocorrida entre os dias 31 de janeiro e 10 de fevereiro de 2012, conversou com o Bocão News sobre a ação do órgão.
Para o militante do PSDB, o governo usou o MPF-BA como arma política. “Isso é perseguição política. Nunca vi o MPF mandar release para imprensa informado que está denunciando alguém. Meus advogados já tomaram conhecimento. O MPF pode fazer a denúncia que quiser, mas provar que é difícil. Não há fundamento legal nisso, que é uma artimanha do PT. O governo está usando até um instrumento que eu achava que era sério”, coloca.
Segundo a denúncia do MPF, o vereador tucano foi o principal beneficiário da greve da Polícia Militar, já que em outubro de 2012 se lançou candidato e foi eleito com votação expressiva, e além disso, ajudou a transformar mulheres e crianças em verdadeiros “escudos humanos”.
“É uma aberração falar que usei as crianças. Os pais e as mães estavam lá, e o próprio Cedeca esteve na Assembleia e viu a situação. Os petistas que deveriam ser denunciados. A presidente da república que participou de greve não deveria ser eleita, nem ex-presidente Lula, e nem o próprio governador Jaques Wagner. Deveria mudar a lei desse país. E quem apontou a arma para gente foi o exército”, contou.
Ainda em conversa com o Bocão News, Prisco revelou que já sabia da denúncia que foi divulgada na última quarta-feira (17). “Eu fui informado há dois meses que a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) estava preparando isso. E está comprovada agora a conspiração política do PT. Uma jogada. Em vez de sentar para dialogar o governo faz isso”, lamentou.
Os denunciados são vereadores integrantes e ex-integrantes do quadro da PM, que tiveram lucro com a greve nas eleições 2012. Além de Prisco foram denunciados Gilvan Souza Santana; o cabo Jeoás Nascimento dos Santos; os soldados Josafá Ramos dos Santos e Jeane Batista de Souza; o líder da greve dos Bombeiros no Rio de Janeiro, Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, e David Salomão dos Santos Lima, de Vitória da Conquista/BA.
Os sete vão responder por crimes previstos na Lei de Segurança Nacional (Lei nº. 7.170/83), no Código Penal (Decreto-Lei No 2.848/40) e no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Nº 8.069/90). Entre os crimes estão: associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando armado, para o fim de cometer crime; impedir, com violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer dos Poderes da União ou dos Estados; apoderar-se ou exercer o controle de veículo de transporte coletivo, com emprego de violência ou grave ameaça à tripulação ou a passageiros; praticar sabotagem contra instalações militares, meios e vias de transporte; paralisar total ou parcialmente, atividade ou serviços públicos essenciais para a defesa, a segurança ou a economia do país; incitar à subversão da ordem política ou social; constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão; submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento.
Prisco é denunciado pelo Ministério Público Federal
Publicada no dia 18 de abril de 2013, às 12h20
