Política

Mobilização Democrática pode “arrastar” seis deputados estaduais na Bahia

Imagem Mobilização Democrática pode “arrastar” seis deputados estaduais na Bahia
Novo partido é a janela esperada por insatisfeitos com “adesismo”  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 24/04/2013, às 18h26   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


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Um partido com o objetivo claro de oferecer resistência ao “adesismo” político-partidário interposto pelo PT nos últimos anos. Esta é uma das faces do Mobilização Democrática (MD), constituído pela fusão entre PPS e PMN, que apresenta a mais nova janela para os agentes políticos insatisfeitos com o “fisiologismo” dos caciques de suas legendas.

Na Bahia, além de quadros como o vereador Joceval Rodrigues, presidente municipal do PPS, e de Kátia Rodrigues (PMN), a nova sigla pode contar com quatro parlamentares estaduais – Bruno Reis (PRP), Sandro Régis (PR), Elmar Nascimento (PR) e Targino Machado (PSC). Dois deputados governistas também sinalizam para a nova agremiação, contudo, os nomes ainda não foram revelados.

Os quatro deputados compartilham a mesma situação nas respectivas legendas. Foram eleitos, em 2010, enquanto adversários do governador Jaques Wagner e acompanharam, sem poder de interferir, as direções estaduais migrarem de campo político. PR, PRP e PSC estão na base dos governos federal e estadual.

Elmar Nascimento e Sandro Régis já estavam encaminhando o processo para deixar o núcleo Republicano, mas a necessidade de despesas com advogados e desgaste com antigos aliados deixa de existir. A despeito das discordâncias com as lideranças da sigla, principalmente com o novo ministro dos Transportes, César Borges (PR), os dois batalhavam por uma saída sem traumas e encontraram a brecha.

Interessante ressaltar que ainda não há definição a respeito do destino do quarteto, mas a janela veio a calhar. Todos estiveram com deputado federal Roberto Freire (PPS) e estão participando das reuniões de organização da legenda na Bahia. Ainda não se sabe os nomes dos dirigentes.

O deputado federal licenciado, secretário municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza, Maurício Trindade já vinha discordando publicamente de César Borges desde a eleição de outubro de 2012, quando a aliança entre republicanos e petistas foi firmada.

Reflexo na oposição

Embora permaneçam na oposição, a mudança para nova sigla cairá como um “balde de água fria” no projeto do DEM. Três dos quatro deputados estaduais, por exemplo, estavam com os pés no partido liderado pelo prefeito de Salvador ACM Neto.

Tempos atrás, o DEM tinha a maior bancada da Assembleia Legislativa. Perdeu espaço e nesta legislatura começou com apenas três representantes. Atualmente, conta com quatro, Carlos Gaban voltou como suplente na vaga aberta por Gildásio Penedo, nomeado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

A entrada de novos quadros seria importante no projeto de “retomada” de poder do antigo PFL. A ascensão de ACM Neto enquanto expoente no plano estadual, somada à vitória de José Ronaldo, em Feira de Santana, renovaram as esperanças dos democratas na Bahia.

Agora, a oportunidade de somar às suas fileiras quadros com capilaridade no interior do estado parece ter passado. O efeito é de mais esvaziamento. A discussão sobre o papel do DEM no plano nacional voltará à pauta.

As eleições de 2014 serão determinantes, inclusive, para a permanência da sigla enquanto força política. Caso seja derrotada nos principais centros, o “sonho” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ser realizado.

Por outro lado, o MD representa o afrouxamento das cordas de deputados e vereadores que estavam impedidos de manifestar a insatisfação por conta das alianças com os governistas e os estatutos das respectivas legendas.

Estes agentes podem ser determinantes para o crescimento do projeto da oposição, principalmente após o desgaste comum a qualquer governo.

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