Política

A necessidade de se resgatar o dois de julho

Publicado em 01/07/2017, às 08h08   Victor Pinto


FacebookTwitterWhatsApp

A data de dois de julho é feriado, mas os próprios baianos desconhecem a importância da data que representa a luta do povo brasileiro contra as tropas portuguesas e a concretização da verdadeira independência brasileira antes gritada por Dom Pedro I nas margens do Ipiranga.

Falta a valorização da história da nossa própria terra nas escolas e falta à valorização, principalmente, nos campos políticos, para que a nossa história seja reavivada a cada data.

Símbolo do movimento, 25 de junho, Cachoeira, desde os idos de 2007, por lei sancionada pelo governador Jaques Wagner (PT), se tornou capital da Bahia. Na história dos conflitos, isso realmente aconteceu. Quando o atual secretário de Desenvolvimento Econômico soube valorizar a data e o local recebeu uma enxurrada de elogios do movimento histórico e cultural.

Neste ano, contudo, o governo do Estado desprezou essa tradição. Como há a mudança da sede do governo e não há um sequer representante para participar da transição? Isso sem contar que o governador Rui Costa (PT) nunca foi, sequer, para hastear uma bandeira.

A história mostra que gestos dizem muito e na política não é diferente.

Outro ponto positivo creditado a Wagner nesta história, foi a instituição, por lei, nos idos de 2007 também, da adoção do Hino Oficial da Bahia ao Hino ao 2 de julho.

Muitos ainda acreditam que o Hino ao Senhor do Bonfim é o cântico oficial, contudo, tem tudo a ver com a independência. Pois foi o hino composto pelo centenário da independência baiana.

Muito além da guerra política pela separação dos portugueses e apoio ao grito de Dom Pedro I, há toda uma mística religiosa que perpassa da data. O clima já era de conflito, mas após a morte da Madre Joana Angélica, no Convento da Lapa, o sentimento de afronta à igreja Católica, cujos fieis eram predominantes na época, foi o estopim para aumentar o conflito.

Outra questão suscitada por historiadores e que remete a o misticismo ao Senhor do Bonfim é a de que o santo teria apoiado os soldados brasileiros.

Na briga da independência, os portugueses retiraram a imagem do santo da igreja e a partir daquele momento houve um levante em prol do santo. 

No fim das contas, conforme relatos da herança cultural, a imagem que representa Jesus Cristo “venerado na visão de sua morte” concedeu um “bom fim” às lutas pela independência. 

Tantos outros personagens fizeram história e ainda são lembrados. Contudo, se não houver um resgate rápido e eficaz, uma introdução da história da independência nas grades curriculares, essa história e esse brilho se perderá.

* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, sub editor de política do Bocão News, membro da coordenação da Rádio Excelsior da Bahia e diretor do jornal Correio do Mês de C. do Coité.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp