Política

Jonas Paulo garante: partido é que indica

Imagem Jonas Paulo garante: partido é que indica
Presidente estadual garante que PT não é “exclusivista”  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 14/05/2013, às 08h48   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


FacebookTwitterWhatsApp


O presidente estadual do PT, Jonas Paulo, voltou a negar qualquer possibilidade do partido ser “exclusivista” quando se discute sucessões eleitorais em geral. O dirigente contrapõe, neste sentido, argumento utilizado com frequência por membros da base que buscam se viabilizar como candidato ao Palácio de Ondina em 2014.

Articulado, Jonas Paulo lembra que em 2010, ano da reeleição do governador Jaques Wagner, os aliados fizeram as alianças que quiseram nas proporcionais. “Em 2012, nós (PT) demos apoio na metade dos municípios da Bahia e na outra lançamos candidaturas próprias. Vale ressaltar que marchamos juntos com os aliados em cidades importantes como: Barreiras, Jequié, Juazeiro, Eunápolis”, enumerou.

Na condição de presidente do partido no estado, não causa surpresa a utilização dos números de votos recebidos nas últimas eleições como coeficiente da equação. “Somos um partido que somamos mais de 1.8 milhão de votos na última eleição. É mais que o dobro do segundo colocado, que não é da base – (DEM teve 840 mil)”.

Em entrevista publicada na edição desta segunda-feira (13) pelo jornal A Tarde, a senadora Lídice da Mata (PSB) declarou que não enxerga o processo político como um processo matemático. Deste modo, a socialista busca desconstruir o argumento de petistas que defendem o direito do PT ocupar a cabeça de chapa na próxima eleição com base no quantitativo de sufrágio.

Para o presidente petista, a votação expressiva se alia a outros elementos na sustentação do direito de indicar. Entre os quais, dois saltam aos olhos: o primeiro é que a eleição estadual não tem autonomia em relação à federal.

“Nós (PT) temos claramente definido que a eleição estadual está umbilicalmente ligada à reeleição da presidente Dilma Rousseff. O palanque será construído neste sentido e isto é inegociável, inquestionável”.

A afirmação abre margem para o entendimento que Eduardo Campos sendo candidato à presidência, uma eventual postulação da senadora será tratada como de oposição.

O presidente pondera, contudo, que todos estão “orgulhosos dos mais de 1.8 milhão de votos que a nossa chapa para o Senado com Lídice da Mata e Walter Pinheiro teve na última eleição e ainda mais do trabalho que vem sendo realizado por eles no Congresso Nacional”.

Antecipação

Não foram poucas as críticas sobre a antecipação do processo sucessório atribuída ao PT. Questionado sobre o assunto, Jonas Paulo argumenta que desde que o governador Jaques Wagner expôs publicamente os quatro nomes do PT – Rui Costa, Walter Pinheiro, José Sérgio Gabrielli e Luiz Caetano -, o partido está tentando conduzir a situação.


“Neste momento a discussão é sobre tática e política de aliança. Agora, nós estamos fazendo o debate interno. Acho irônico que todo mundo que concede entrevista pode falar como candidato e cobra que não discutamos os nossos nomes internamente”.

Wagner

O governador, em entrevista semanal à Veja, defendeu o apoio do PT à candidatura do presidente nacional do PSB, governador de Pernambuco Eduardo Campos, em 2018. Em outro momento, disse que apesar de ser um governador do PT, ele não é refém do partido.

As declarações ressoaram no meio político baiano de maneira diversa. Entre as opiniões está a de que Wagner estaria deixando claro que a condução do processo de sucessão será dele. Neste sentido, como nunca negou, Rui Costa, chefe da Casa Civil, seria o indicado.

Outros quadros, que preferiram o anonimato, acreditam que Wagner deixou a entender que o candidato é Otto Alencar, secretário de Infraestrutura e vice-governador, além de presidente estadual do PSD. A senadora Lídice da Mata (PSB) disse ser o plano “A”, portanto, também está na jogada.

O presidente Jonas Paulo não deu corda às especulações. Para ele, é preciso compreender que a indicação do PT da Bahia à sucessão de Wagner é tão natural quanto foi a de Dilma Rousseff em 2010. “Sem nenhum vício de autoridade”, garante.

Sobre a indicação em si, Jonas Paulo deixa claro: governo é governo, partido é partido e no Brasil, na China ou na Índia, quem indica é o partido. Aqui na Bahia tem uma liderança forte, respeitada pelo presidente do partido, que é o governador Jaques Wagner, mas a indicação é do partido.

Matéria publicada dia 13 de maio às 18h48

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp