Política

Carballal: “No PT, todo mundo sabe que isso acontece”

Gilberto Junior
Respondendo à promotora Rita Tourinho, para o edil a prática é comum e legal  |   Bnews - Divulgação Gilberto Junior

Publicado em 15/05/2013, às 09h37   Juliana Costa (Twitter: @julianafrcosta)


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Com as declarações da promotora Rita Tourinho em relação ao repasse de dinheiro e aos funcionários fantasmas do vereador Henrique Carballal (PT), o edil conversou com a reportagem do Bocão News na tarde desta terça-feira (14). Ele garante que é comum não necessitar de um assessor que cumpra carga horária dentro do gabinete e que a prática é comum no Partido dos Trabalhadores.

Para a promotora o foco da investigação não é somente o repasse de dinheiro, mas os funcionários fantasmas. Em entrevista ao Bocão News, Tourinho garante que cerca de dez pessoas já procuraram o Ministério Público confirmando as denúncias. "Ele tem um assessor fantasma. Ele mesmo contou que tem um assessor em Brasília e ele justifica-o como sendo um apoio técnico. Digamos até que ele faça trabalhos externos. O MP entende que um vereador tenha trabalhos externos e que o âmbito deste trabalho seja o município pelo qual ele representa. Como um assessor pode estar em outro local que não no município dele? E ganhando mais que R$ 4 mil. Isso é moral? O MP quer saber se isso é moral e legal", questionou.

Para Carballal é moral e legal. “Hoje em dia é normal ter uma assessoria online, pois a dinâmica do mercado de trabalho possibilita fazer mais de uma consultoria política e desta forma não está se cometendo nenhuma ilegalidade. Todo mundo sabe que a assessoria parlamentar tem uma característica diferente de qualquer funcionário público, e permite estar em outros locais. Inclusive quando ele era meu assessor também prestava consultoria para a prefeitura de Lauro de Freitas e em outro momento para São Francisco do Conde. Não há nenhuma irregularidade nisso. Inclusive todo mundo no PT sabe que isso acontece”, afirma Carballal.

O petista ainda contou sobre a trajetória e importância de trabalhar com um militante histórico do Partido dos Trabalhadores e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), garantindo que todas as atividades do seu mandato estão ligadas ao assessor, referindo-se a Nelson José dos Santos.

Sobre a afirmação da sua ex-companheira, Andreza Caldas, de que o legislador “nomeava assessores para a Câmara somente para receber a remuneração dos cargos por estes ocupados, pagando-lhes apenas pequeno percentual", o edil esclarece que não há depoimento dela no Ministério Público. “Eu tive um filho com ela, um relacionamento amoroso, e estou disputando com ela a guarda da minha filha”, acreditando ser este o motivo da declaração. “Eu não tenho problema nenhum que esse tipo de coisa venha ser publicada, o que me preocupa é como isso é colocado”.

Já a respeito do seu ex-assessor Alex Emanoel da Silva, que fez as primeiras denúncias, Carballal garante que são acusações infundadas e outras denúncias contra ele já foram feitas pelo mesmo assessor, mas nenhuma foi comprovada.

Nesta segunda-feira (13), o Ministério Público da Bahia ajuizou uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o vereador Henrique Carballal (PT) e pediu em liminar o bloqueio e salário, além da indisponibilidade de bens do edil.


Nota originalmente postada às 17h do dia 14

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