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Otto Alencar é “aclamado” por deputados em reunião na Alba

Imagem Otto Alencar é “aclamado” por deputados em reunião na Alba
Para parlamentar, o único empecilho do vice-governador é não ser do PT  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 23/05/2013, às 07h54   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


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O vice-governador e secretário de Infraestrutura, Otto Alencar (PSD), voltou a defender de forma enfática a necessidade de o Congresso Nacional fazer as reformas tributária, política, trabalhista e do código penal. As declarações são sinais claros de onde o presidente estadual do PSD desejar estar em 2015: o Senado.

Durante a reunião da comissão de Infraestrutura realizada na última terça-feira (21) na Assembleia Legislativa, o ex-presidente da Casa foi ovacionado pelos deputados estaduais. Demonstrando conhecimento do estado, Otto não se apertou ao relatar as realizações do governo Jaques Wagner, principalmente, quando questionado sobre as estradas, rodovias e vias urbanas que foram pavimentadas ou reformadas durante a gestão petista.

Não por acaso, nos anos anteriores Otto foi considerado pelos parlamentares o “melhor secretário”. Isto é reflexo de duas características do agente político: ele recebe os deputados em seu gabinete ouvindo, pacientemente, as lamurias e pedidos dos legisladores. Além disso, conhece a região de cada um deles, sabe das alianças e do cenário político. A personalidade atesta a máxima que informação e ouvidos são qualidades que sustentam as relações políticas.

A maioria das perguntas feitas durante o encontro foi referente às condições das estradas. De acordo com Otto, o governo Wagner desde 2007 já recuperou 7 mil km e até o final da gestão, em 2014, outros 2 mil km serão recapeados. Em quatro anos de governo Paulo Souto foram investidos R$ 760 milhões nesta área, conforme o secretário. “O governo Wagner investiu nos primeiros quatros R$ 1.4 bi e em 2012 e 2014 foi R$ 1.3 bi, totalizando R$ 2.7bi”.

Compartilhando as realizações com o governo, Otto fez questão de esclarecer: qualquer outro (secretário) poderia fazer o que faço. Estou aqui como instrumento de um governo que tem uma marca “Bahia de todos nós”. Não sou adepto da autopromoção.

Reformas

Ainda sobre as reformas, assunto recorrente no encontro, o vice-governador é taxativo quanto à urgência. De acordo com ele, qualquer investimento só é possível através de empréstimo ou de repasses da União.
“Para os estados brasileiros a reforma tributária talvez seja das mais importantes, exceção a São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Tocantins que não tem grande passivo de pessoal, é a coisa mais importante que o Congresso Nacional tem que fazer hoje”.

Aproveitou para alfinetar o que entende como intervenção do Judiciário no Legislativo. “Não tem mais como os estados ficarem sem a distribuição correta das riquezas do Brasil. Os royalties do petróleo são exemplos e a ministra Carmen Lúcia expediu uma liminar suspendendo o que, na minha opinião, é uma intervenção naquilo que é de direito do Congresso Nacional e os legisladores não se levantaram contra isso. Na minha opinião, deveriam ter se levantado, até porque, a decisão é monocrática de uma ministra de um tribunal que atinge a vida de milhões e milhões brasileiros. É algo que tem que ser revisto, principalmente, no nordeste”.

Eleição

Otto só não será candidato porque não é do PT e o PT não vai abrir mão da cabeça da chapa, ressalta um parlamentar que preferiu o anonimato. Contudo, ainda que cotado, o vice de Wagner insiste que toda a sua movimentação vai no sentido de conseguir disputar a vaga para o Senado.

“Se Deus permitir e a população aceitar (serei candidato a senador). Até porque eu sou daqueles que sei meu peso. O pior sujeito na política é aquele que é vintém e pensa ser milhão. Este é ruim de mais para conversar. A soberba, a vaidade e o orgulho ultrapassam aquilo que ele tem. Eu tenho meus pés no chão. Pode ser que aconteça ou não. O que com certeza vou continuar sendo é cidadão baiano”.

Salvador

De acordo com Otto, será impossível ACM Neto, prefeito de Salvador, arrumar a “casa” em dois anos. Na justificativa, o secretário é enfático: a administração de João Henrique foi temerária e improdutiva para a capital. Não vou entrar na questão de julgá-lo. Não sou magistrado. Agora, ele deixou mais de R$ 2.1 bi em dívidas. De curto prazo mais de R$ 600 milhões.

Postada às 15h02 do dia 22 de maio

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