Política

Cotado para sair, Abelardo se segurou no comando da Embasa

Imagem Cotado para sair, Abelardo se segurou no comando da Embasa
Minirreforma de Wagner não decola e presidente se sustenta no cargo  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 24/05/2013, às 15h16   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)



Quando o governador Jaques Wagner anunciou, ainda em 2012, a intenção de promover “pequenas” mudanças pontuais na administração estadual o nome do presidente da Embasa, Abelardo de Oliveira, ficou em destaque nos mais diversos veículos de comunicação.

Embora os resultados da empresa de águas não o comprometam, a pressão política estava ali e a saída era dada como certa pela maioria dos articulistas da imprensa, em reuniões fechadas na Assembleia Legislativa e gabinetes de secretarias.

Oficialmente, o assunto nunca foi tratado. A própria minirreforma não passou, até o momento, de uma demonstração de intenção. Wagner havia programado realizá-la no início de 2013, passou para depois de uma viagem ao exterior, deixou para quando o carnaval acabasse e terminou nomeando a ex-prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, para a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) em abril.

Nos segundo e terceiro escalões, Wagner promoveu alterações, mas Abelardo ficou. “Tem um amigo meu que diz o seguinte: acho que você (Abelardo) está sendo atacado muito mais pelo que fez do que pelo que deixou de fazer. Acho que é um pouco isso. Considero normal (as pressões). Eu tenho 35 anos de Embasa, completados em abril, e tenho orgulho de trabalhar nesta empresa”.

Abelardo coloca o cargo sob a tutela do “comandante do projeto”, o governador Jaques Wagner. Para explicar as razões que o deixam “tranquilo” quanto à participação na gestão petista, o presidente relembra como foi chamado para assumir o cargo.

“Fui secretário nacional de saneamento entre 2003 e 2007. Quando o governador Jaques Wagner me ligou e perguntou se eu gostaria de ficar em Brasília ou voltar para a Bahia eu disse que queria voltar. Fiz isso porque acredito no projeto de Wagner. Eu sou daqueles que pensam o seguinte: no momento em que fui convidado posso ficar ou sair. Para mim, realmente, isso é um projeto político que acredito e tudo depende do nosso comandante maior”.

Nos próximos meses há uma expectativa de ajustes na administração estadual. As pressões para derrubada de Abelardo diminuíram. Sabe-se que o secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Cícero Monteiro, é um dos aliados de valia do presidente. Monteiro, inclusive, deve disputar as eleições proporcionais em 2014. No campo das especulações, o Palácio Luís Eduardo Magalhães parece o endereço mais provável.

Enquanto se mantém na presidência, Abelardo vai continuar tendo de responder pelos altos índices de reajustes de preços, entre outros problemas apontados pela bancada de oposição na Assembleia Legislativa. O fogo amigo, ao menos por enquanto, parece ter sido contido, mas com a proximidade das eleições de 2014, mudanças de cenário podem acontecer.

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