Apesar de suspensa, a greve dos servidores municipais de Salvador ainda não terminou. Por isto mesmo, o Sindicato dos Servidores continua ativo nas reivindicações e nesta segunda-feira (7) voltou á Câmara de Vereadores. Desta vez, porém, o protesto inovou e foi musical.
Em ritmo de afoxé, os trabalhadores satirizaram ACM Neto (DEM) e reivindicaram a continuação das negociações para aumento ainda este ano. “Neto do Demo, o servidor mandou te chamar/ Vem cá, vem cá/ Sentar pra conversar/ Eta Neto da peste, um neto desse ninguém merece”, cantaram os servidores nas tribunas. Sem muito vereadores na casa, a sessão não resistiu por muito tempo e ser encerrada a qualquer momento por falta de quórum.
O diretor do sindicato Bruno Cruz afirmou que, além dos protestos pela greve, a manifestação de hoje também contou com o adicional da batalha pela manutenção do que nomeia “compensações” incutidas no salário dos trabalhadores. A primeira que alega já ter sido abolida no serviço municipal é a do pagamento de bolsas de estudo universitárias, após publicação no Diário Oficial do Município derrubando o decreto 14.147/03.
Segundo Cruz, na Reforma Tributária há um tópico que, desta vez, exclui a concessão de bolsas de estudo em escolas particulares para os filhos dos servidores. “Isto tem causado muitos protestos, porque vários servidores têm filhos na escola, inclusive eu. É um direito adquirido e a prefeitura está querendo, de maneira arbitrária, nos retirar”, brada.
Na ultima semana, o protesto da categoria foi “amordaçado”, com trabalhadores com faixas nas bocas e em silêncio, por conta da queda da sessão da semana imediatamente anterior, encerrada após vaias aos governistas. Nesta segunda, como havia previsão de protesto, a teoria é a de que os vereadores em bloco decidiram não aparecer para calar mais um protesto. A greve está suspensa desde a última sexta (24) até o próximo dia 5 de junho. Até lá, espera-se, deve haver um acordo.
Nota originalmente postada às 16h do dia 27
