Política

Cinco mil trabalhadores rurais ocupam Governadoria e cobram ações

Gilberto Junior
"Cesta básica e carro-pipa não resolve a situação", diz presidente da Fetag  |   Bnews - Divulgação Gilberto Junior

Publicado em 30/05/2013, às 08h39   Juliana Costa (Twitter: @julianafrcosta)


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Os cerca de cinco mil trabalhadores rurais acampados no Centro Administrativo da Bahia (CAB) desde esta terça-feira (28), seguem na tarde desta quarta (29) para uma reunião com o vice-governador, Otto Alencar (PSD). A manifestação faz parte do tradicional Grito pela Terra, organizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado da Bahia (Fetag-BA).

Ações de convivência com a seca e a reforma agrária são as principais reivindicações dos trabalhadores rurais. De acordo com o presidente da Fetag-BA, Claudio Bastos, o governo estadual vem implantando ações paliativas para a seca. “O governo tem iniciativas, mas ainda é muito pouco. Cesta básica e carro-pipa não resolve a situação. É preciso uma política estratégica de convivência com a seca, obras estruturantes e consolidar a agricultura familiar no nosso estado”.


Bastos ressalta que a agricultura familiar corresponde a 70% da alimentação dos brasileiros e por isso deve ser tratada com mais atenção, com ações específicas. Pela manhã, os trabalhadores estiveram na Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri). Dentre as reivindicações estão a regularização fundiária; a titulação da terras para os agricultores familiares; a assistência técnica para agricultura familiar; o aprimoramento do programa Crédito Fundiário, e a ampliação do programa Semeando.

Em relação à reforma agrária, Bastos reclama do descaso do governo federal. “Estão deixando a reforma agrária em segundo plano e devem tirar da gaveta. O agricultor familiar não é coitadinho. Representamos muito para a segurança alimentar neste país e por isso precisamos da ampliação dos recursos”.


Na Governadoria, os manifestantes entregaram uma pauta com 40 reivindicações, dentre elas a construção de adutoras, poços artesianos e a criação de um programa que garanta um seguro para os agricultores durante o período de estiagem. Bastos explica que no estado de Pernambuco o programa já existe.


Conhecido como Chapéu de Palha, o programa tem a finalidade de atender famílias da zona canavieira de Pernambuco no período da entressafra, quando ficam desempregadas, com ajuda financeira e social. O pagamento pode chegar a R$ 232,50, valor complementar ao Bolsa Família. Na Bahia, esse valor chegaria a meio salário mínimo, segundo indicação do presidente da federação.


Outras exigências incluem ações nas áreas de saúde, educação, reforma agrária, organização da produção, inclusão dos jovens do campo, agricultura familiar, além de infraestrutura para os acampamentos. Os manifestantes retornam às cidades de origem na noite desta quarta-feira (29).

Postada às 17h30 do dia 29 de maio

Classificação Indicativa: Livre

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