Política

Mata de S. João: oposição reclama de comportamento da base em votações

Imagem Mata de S. João: oposição reclama de comportamento da base em votações
Dos 13 edis matenses, apenas dois estão contra o prefeito Marcelo Oliveira (PP)  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 01/06/2013, às 07h58   Lucas Esteves



As sessões da Câmara Municipal de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, ocorrem todas as terças-feiras da semana e apenas este dia é separado para tal evento. No dia, entretanto, a sessão não conta com muitos momentos de discussão e, na maioria das vezes, especialmente em dias de votação, o que ocorre se assemelha bastante a um rolo compressor. Esta é a avaliação predominante da oposição na Casa.

O Bocão News esteve esta semana para conhecer melhor a atual situação de Mata de São João, município que concentra alguns dos destinos turísticos mais procurados do Litoral Norte, a exemplo de Imbassaí, Sauípe e Praia do Forte. Além de conhecer os problemas da localidade, também teve a oportunidade de acompanhar um pouco da situação política na cidade. O resultado da visita será destrinchado em uma série de matérias nos próximos dias.

Dos 13 edis matenses, apenas dois estão contra o prefeito Marcelo Oliveira (PP), sucessor do tucano João Gualberto, atualmente pré-candidato ao Governo do Estado. São eles os peemedebistas Élcio Ramayana e Roberto Bolinha, que avaliam a própria atuação na Câmara como sofrida devido ao fato de que a base, por ter maioria absoluta, ignora seus apelos por debates, avaliações e fiscalização da celeridade do Executivo.



Segundo Ramayana, o prefeito tem a Câmara na mão e os projetos chegam e são votados na íntegra, sem nenhum debate para que sejam propostas emendas ou até mesmo que haja recusa em prol de uma proposta mais razoável. “É um rolo compressor. Aqui o projeto chega e é votado na hora, ninguém questiona. A Câmara parece uma secretaria da prefeitura”, protesta o vereador.

No dia da visita à Câmara, ocorrida nesta terça (28), três projetos foram votados e propunham aumento dos salários de cargos comissionados, alteração de planos de telefones celulares e outras providências. A sessão estava marcada para as 16h e começou meia hora atrasada. O vereador peemedebista alega que os três projetos foram colocados em pauta em cima da hora e que os colegas receberam as íntegras das matérias apenas às 16h12, o que torna impossível conhecer três projetos antes de votá-los.

Um destes projetos tinha 29 páginas e tinha esclarecimentos sobre o aumento dos salários. Entretanto, segundo Ramayana, não houve absolutamente nenhuma discussão, o que gerou protestou seus nos microfones da Câmara. Em resposta aos apelos, o presidente da Casa, Alexandre Rossi (PR), afirmou que a sessão teria uma paralisação de 10 minutos para que as comissões se reunissem. Durante o período, nenhuma reunião foi feita e o projeto, desconhecido dos edis, entrou em votação. Os oposicionistas, alegando incapacidade de conhecer os projetos em tempo recorde, se abstiveram no processo.

“Eu só posso votar naquilo que eu li. Se eu não li, não vou votar e sei que tem muitos colegas aqui que também não leram e não sabem o que tem no projeto, mas não vão questionar o prefeito”, revelou na sessão. Para Ramayana, a prática de submissão à prefeitura vem deixando a população decepcionada com a Câmara, que não estaria respondendo aos anseios da comunidade. Enquanto isto, segundo ele, a sede da cidade passa por um processo agudo de abandono, tema das próximas reportagens do Bocão News em Mata de São João.


Veja imagens de Mata de São João registradas pelo Bocão News

*Nota publicada originalmente às 8h50 do dia 31/05.


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