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Enfraquecido, prefeito não conseguirá aprovar contas na Câmara

Imagem Enfraquecido, prefeito não conseguirá aprovar contas na Câmara
Caso a hipótese se confirme, João Henrique corre risco de ficar inelegível por oito anos  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 19/01/2011, às 16h50   Daniel Pinto


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O anúncio de que a bancada do PMDB não dará mais sustentação ao governo João Henrique causou um verdadeiro rebuliço na Câmara Municipal de Salvador. A primeira reação partiu do bloco autônomo, que viu uma oportunidade de reforçar a bancada. “Estamos de braços abertos para marchar junto com o PMDB e defender assuntos de interesses da cidade”, observou Paulo Câmara (PSDB).

O tucano, em destaque na foto acima, também analisou a nova correlação de forças na Casa: “o prefeito acaba de perder a maioria na Câmara. Nosso grupo conseguiu o apoio dos vereadores Sabá e Léo Kret e, agora, somos oito. A oposição também possui o mesmo número de membros. E o PMDB tem seis representantes. Nesses termos, 22 dos 41 vereadores não possuem relação política com o Thomé de Souza”.

O Bocão News já havia antecipado essa possibilidade. Na época, foi destacado ainda que o prefeito também perdeu a maioria de aliados na Mesa Diretora do Poder Legislativo. Clique aqui e leia matéria relacionada!

Cada um que carregue a alça do seu caixão

A postura do PMDB não surpreendeu o líder da minoria na Câmara, o vereador Henrique Carballal (PT). A notícia, no entanto, foi vista com bons olhos pelo petista. “Não tenha dúvida de que qualquer um que fizer oposição ao prefeito terá um canal de diálogo aberto conosco”, afirmou.

Mas, o líder fez questão de ressaltar que o PMDB não pode se eximir da responsabilidade sobre o “fracasso da administração municipal”. “A situação é crítica e temos que fazer um pacto em prol da cidade. Mas, não se pode abandonar o governo e esquecer que fez parte dele. Cada um que carregue a alça do seu caixão”, ironizou o vereador “mirando” também no Democratas, do deputado ACM Neto, que indicou o presidente da Saltur, um assessor especial do prefeito e também é apontado como esteio político do novo secretário da Fazenda, Joaquim Bahia.


Além disso, Carballal lembrou que a nova conjuntura política vai dificultar ainda mais a aprovação das contas de João Henrique, reprovadas por unanimidade pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). “A situação, que não era favorável, ficou ainda mais complicada após essa fissura na base de sustentação. O parecer do TCM sugere a reprovação por uma série de fatores técnicos e vícios administrativos. Creio que o julgamento da Casa não será diferente”.


Em tempo: caso a hipótese se confirme, João Henrique corre risco de ficar inelegível por oito anos.

Fotos: Edson Ruiz/Bocão News

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