Política

Rui Costa se diz “cri-cri” em relação a gastos com custeios ruins

Roberto Viana
Chefe da Casa Civil entende que o momento é de colocar “sebo nas canelas”  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana

Publicado em 04/07/2013, às 09h03   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


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Apontado como o “candidato de Jaques Wagner” para a sucessão de 2014, o chefe da Casa Civil da Bahia, Rui Costa (PT) é um dos principais articuladores políticos da atual gestão. O deputado federal licenciado é responsável por considerável parte da estratégia e execução da atração de forças políticas e partidos para o seio governista.

A política de alinhamento é alvo preferido de muitos quadros da minguada oposição ao governo Wagner. Entre os adversários são correntes os pronunciamentos contrários à quantidade de secretarias, superintendências e afins criadas para acomodar agregados e gerando custos desnecessários à máquina pública.

Embora reconheça que é possível promover pequenos ajustes fechando duas ou três secretarias, Rui Costa prefere ressaltar uma característica que diz ser própria dele. “Sou defensor daquela máxima de que quanto menos gasto no custeio ruim, melhor. Acho que a gente sempre deve estar revisitando a estrutura administrativa. Eu mesmo sou considerado um cri-cri na hora de autorizar gastos vinculados ao custeio. Entendo que todo o dinheiro deve ser aplicado no custeio bom e no funcionamento dos hospitais, escolas e investimentos”.

Recado

O secretário, mantendo a unidade do discurso petista, defendeu a necessidade de se atender a mensagem das ruas. Os pontos de pauta são muitos, mas o partido do governador e da presidente Dilma Rousseff tem focado suas energias na “reforma política”.

“A reforma mais importante é a política porque esta organiza a forma como a democracia vai se estruturar no país. Na minha opinião, não é possível manter a atual estrutura com a realização de eleição de dois em dois anos com financiamento privado. Este peso excessivo que as empresas têm no processo eleitoral, portanto, eu entendo que nós devemos fazer a reforma rapidamente”.

A morosidade do Congresso Nacional também está entre as razões elencadas pelo membro do primeiro escalão de Wagner. “A classe política tem demorado a dar respostas ao país. A reforma política está se arrastando no Congresso Nacional há três ou quatro anos e não é votada. A tributária também. O povo começa a dizer que não está satisfeito. Este é o recado e é hora de passar sebo nas canelas e trabalhar”.

Contudo, na avaliação do chefe da Casa Civil, as marchas dos jovens são reflexos da contribuição do partido ao país. “Mudou muito e para melhor nos últimos dez anos, mas o povo quer mais e quer mais rápido”.

Ainda que crítico no Legislativo Federal, Rui Costa ressaltou a resposta dada pela presidente Dilma e pelos colegas congressistas. “A questão dos royalties sendo distribuídos em 75% para Educação e 25% para Saúde é um passo importantíssimo porque vai possibilitar investimentos na infraestrutura destas áreas, além de viabilizar uma melhor remuneração dos profissionais”.

Eleição

Sobre as recentes pesquisas de intenção de votos para 2014 e as que medem a popularidade dos atuais gestores, Rui Costa prefere a prudência na análise do “retrato do momento”. De acordo com ele, a popularidade de todos os agentes públicos caiu porque há um processo de desgaste.

“O povo não distingue de quem é o problema. Quando ele precisa de atendimento médico, ele não quer saber se a responsabilidade do posto de saúde é do presidente, do governador ou do prefeito. Ele quer é ser atendido. A ele (cidadão) pouco importa de quem é responsabilidade e ele vai cobrar de todo mundo e todo mundo paga o preço”.


Nota originalmente postada às 17h do dia 3

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