Política

Luiz Alberto nega enfraquecimento do movimento sindical

Roberto Viana
Após 30 anos da Greve Geral, deputado acredita que centrais sindicais continuam evoluindo  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana

Publicado em 25/07/2013, às 09h57   Juliana Costa (Twitter: @julianafrcosta)


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Há 30 anos, o Brasil acordou com cerca de 3 milhões de trabalhadores em greve. O episódio marcou o dia 21 de julho na Greve Geral de 1983. Naquela época, os trabalhadores foram às ruas para conquistar direitos políticos. A ditadura militar continuava forte. A instabilidade econômica, a submissão ao FMI e o brutal arrocho salarial incomodavam, principalmente, os trabalhadores metalúrgicos.

Em 1983, vários sindicatos estiveram envolvidos na preparação e mobilização que desencadeou na paralisação geral. Coincidência ou não, o Dia Nacional de Luta, que tentou mobilizar 6 milhões de trabalhadores 30 anos depois, foi um fracasso.

Militante do movimento sindical petroleiro, o deputado federal Luiz Alberto (PT/BA) também participou da greve geral na época. “Foi uma mobilização história, que envolveu categorias muito fortes do sindicalismo brasileiro, como os metalúrgicos, os petroleiros, os bancários, os professores, entre outras. Conseguimos mostrar a nossa força à ditadura, que dedicava grande esforço para reprimir, perseguir e impedir o crescimento da força política dos trabalhadores e dos seus líderes”, afirmou o parlamentar baiano.

“A ditadura chegava ao seus estertores, mas já tentava impor o modelo do Estado mínimo e de arrocho aos trabalhadores. Felizmente, tivemos força para realizar aquela mobilização, que teve a contribuição de diversos atores da esquerda que acabaram convergindo para criação da CUT. Sem dúvida, a greve de 83 teve um papel fundamental na nossa história”, acrescentou Luiz Alberto.

Ao Bocão News, o petista disse que os objetivos das manifestações foram diferentes e que não há motivos para comparação. “Em 1983 lutávamos contra a ditadura militar e para emergir o novo sindicalismo. As manifestações atuais tiveram objetivos diferentes, com bandeiras específicas”.

Mas, se em 1983 o objetivo era político e por melhorias nas condições trabalhistas, em 2013 a motivação do movimento é a mesma. Para Nair Goulart, presidente da Força Sindical BA, "as centrais sindicais possuem histórias diferentes, mas o mesmo objetivo, que é sempre buscar o melhor para os trabalhadores”.

Luiz Alberto ainda acredita que o movimento sindical não vem perdendo força. Para ele, as centrais só mudaram os objetivos. ‘Hoje não temos mais porque brigar contra a política no Brasil, vivemos num país democrático. Essa pauta já foi cumprida. O que temos que lutar agora é por melhores condições de trabalho, e isso o movimento sindical vem cumprindo o seu papel”.

Ao contrário do que se viu no Dia Nacional de Luta, em Salvador, que reuniu cerca de 4 mil pessoas, o deputado federal avalia evolução no movimento. “Acredito que evoluímos, pois naquela época, o movimento sindical era mais coorporativa e hoje agregamos outros setores da sociedade, quando levamos às ruas as reivindicações por melhorias na educação, saúde e transporte público”.

Nota originalmente postada às 19h do dia 24

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