Política

MPL critica benefícios anunciados por ACM Neto e marca manifestação para sexta

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Prefeito festejou implantação do Bilhete Único e ampliação do Domingo é Meia  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 26/07/2013, às 09h47   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)


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Os integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), que ocupam a Câmara Municipal de Salvador, convocaram entrevista coletiva, na tarde desta quinta-feira (25), para repudiar o método utilizado pelo prefeito ACM Neto em, segundo eles, "não abrir diálogo com os manifestantes". O gestor municipal, em entrevista na manhã desta quinta-feira, anunciou o Bilhete Único, a ampliação do Domingo é Meia e, de quebra, disse que não negociará com militantes políticos, fazendo referências aos representantes do movimento que ocupam a Casa Legislativa.

A criação do Bilhete Único válido num prazo de duas horas, estendível posteriormente para três horas, com implementação prevista para novembro; e a extensão do Domingo É Meia para usuários do Salvador Card e demais cartões avulsos, não satisfizeram os manifestantes do MPL.
Os integrantes do movimento que ocuparam a Casa Legislativa de Salvador querem um aumento no prazo do Bilhete Único para quatro horas e, sobre o Domingo é Meia, reivindicam que, aos domingos, os estudantes paguem "metade da metade" do valor da tarifa. Ou seja, R$ 0,70.

O MPL também fez um balanço da ação e das negociações com a prefeitura. Por conta da falta de avanços, o movimento anunciou uma manifestação para esta sexta-feira (26), com concentração no Campo Grande, às 17h, rumo à Praça Municipal.
Confira a íntegra do documento formulado pelo MPL.


Nós, Movimento Passe Livre Salvador, hoje ocupantes da Câmara Municipal, viemos por meio desta nota repudiar o método utilizado pelo prefeito ACM Neto em não abrir diálogo com os manifestantes e, sobretudo, com a sociedade civil. Nessa manhã, às 10h, o prefeito anunciou, em coletiva de imprensa, a realização de duas medidas para o transporte urbano que não contemplam nossas reivindicações. São elas: a criação do Bilhete Único válido num prazo de duas horas, estendível posteriormente para três horas, e implementação do mesmo para novembro; e extensão do Domingo É Meia para usuários do Salvador Card e demais cartões avulsos, excluindo os estudantes desse benefício.
Em pronunciamento durante a citada coletiva, o prefeito declarou que as propostas apresentadas são projetos da sua campanha eleitoral. No entanto, gostaríamos de lembrá-lo que o período de campanha eleitoral ficou para trás, sendo ele, atualmente, responsável por construir uma política pública junto à população, adaptando suas promessas à realidade das comunidades e às reivindicações de milhões de brasileiros que foram às ruas exigir melhorias na mobilidade urbana.


Logo, deixamos claro que não foi aberto nenhum canal de comunicação com o poder executivo municipal e que só aceitaremos negociação através de um dispositivo oficial. Priorizamos um diálogo com o prefeito, considerando que a participação civil é de grande importância para a construção de políticas públicas que satisfaçam os anseios da população. Portanto, permanecermos ocupados até que isso ocorra.
A proposta do Bilhete Único apresentada hoje não é de acordo com a pauta exigida pelo Movimento Passe Livre Salvador, tendo em vista que a duração do bilhete, de duas horas, não condiz com a realidade da população periférica a qual diariamente demora mais de duas horas para chegar a seu destino. Além disso, foi declarado que essa medida será efetivada apenas em novembro e terá validade apenas quando houver locomoção de uma zona para outra. Nossas reivindicações devem ser atendidas imediatamente. Propomos que o bilhete tenha duração de quatro horas, sendo válido em todas as modalidades de transporte público existentes em Salvador (rodoviário, ferroviário, aquaviário, intermunicipal e, futuramente, metroviário), ou seja, reivindicamos um sistema integrado com tarifa única e acessível a toda população. Salientamos que a integração tarifaria e de sistema integra a política nacional de mobilidade urbana. 
Quanto ao programa Domingo É Meia, declaramos que não concordamos com a restrição desse benefícios aos estudantes. Nossa proposta é que o valor cobrado aos mesmos seja de setenta centavos. Entendemos que domingo é o único dia da semana em que o trabalhador e os estudantes possuem tempo livre para usufruir dos programas de cultura e lazer, passear com seus familiares e visitar amigos ou parentes. Nesse sentido, por ser direito social o acesso ao lazer e a cultura, assim como a educação e a saúde, é que o transporte público aos domingos deve ser gratuito para toda a população e posteriormente ampliado para todos os dias da semana por meio da tarifa zero.
O prefeito anunciou ainda, a abertura do processo licitatório para as linhas de ônibus em agosto com a divulgação do edital. Diante dos graves problemas que a população enfrenta cotidianamente com a má conservação dos ônibus, da idade avançada das frotas, o preço exorbitante da tarifa (a mais alta do nordeste) e do mistério trancado a 70 chaves da planilha de custo que determina o custo da tarifa, consideramos que é fundamental que esse edital seja debatido com a sociedade, para que tenha transparência e resulte em um sistema de transporte por ônibus eficiente e com uma tarifa social acessível para todos. Enfatizamos, então, que nossa principal reivindicação é que o preço da tarifa seja reduzido para R$2,50 em função da desoneração da folha de pagamento. 
Para finalizar, convocamos toda a população soteropolitana que apoiam nossas pautas a comparecerem amanhã a concentração que realizaremos na Praça do Campo Grande às 17h e que seguirá até a Câmara Municipal, a qual estamos ocupando desde a semana passada.

Nota originalmente postada às 17h do dia 25

Classificação Indicativa: Livre

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