Quem acompanha o noticiário político de Salvador ficou na dúvida se, com a queda de João Carlos Bacelar da Secretaria de Educação, o PTN continuaria na base de sustentação da prefeitura de Salvador no âmbito da Câmara de Vereadores. A cerimônia de transmissão de cargo ocorrida na manhã nesta quarta-feira (31), porém, demonstrou que a saída do fiador oficial do partido no governo não mudará as relações entre a sigla e o governo.
O primeiro a confirmar a manutenção do acerto foi o próprio Bacelar, que afastou as possibilidades de haver qualquer tipo de cisão entre os aliados. Para isto, o ex-secretário evocou a longa relação pessoal que tem com o prefeito para se mostrar sempre disposto a colaborar com a administração de ACM Neto. Ao seu lado, inclusive, participou da cerimônia seu irmão e presidente estadual do PTN, Maurício Bacelar, em busca de reforçar o conteúdo, além de toda a bancada do partido na Câmara.
A confirmação de que nada muda dentro da Câmara também foi feita pelo vereador Thiago Correia. Para ele, não existe a análise de que, com Bacelar fora da prefeitura, a instabilidade normalmente demonstrada pela bancada 
passaria a ser a regra no bloco. “O partido continua unido em torno do prefeito. Continuamos na base. Naquele momento foi uma insatisfação pontual de determinado vereador, mas já foi tudo resolvido. Não era uma questão de partido, era muito mais uma questão pessoal”, esclareceu. Em seu discurso durante a posse, o prefeito também tratou do assunto e elogiou a atitude do PTN em não reivindicar a indicação do próximo nome da secretaria. Segundo ele, o partido deu uma demonstração de “maturidade política”, agiu com “decência” e teve uma postura “irreparável”. Neto lembrou que, normalmente, o país assiste ao movimento de partidos que mantêm governos e prefeitos “reféns” do jogo político, mas que o PTN recusou esta atitude.
“O PTN teve a maturidade de dizer ‘nós queremos o melhor para a cidade’ e emprestou todo o seu apoio ao nome de Jorge Khoury a secretário de Educação de Salvador”, declarou Neto. De acordo com o gestor, a decisão foi tomada na terça-feira logo após uma reunião entre Bacelar e a bancada do PTN, que, além de garantir o apoio, também deixou a decisão do substituto nas mãos do prefeito.
Com a partida do agora novamente deputado federal Bacelar, o PTN perde seu principal nome dentro da gestão. Ao mesmo tempo, fortalece o poder do DEM, uma vez que Jorge Khoury faz parte das fileiras históricas do partido mesmo quando este ainda era o PFL. Não se sabe, porém, se há algum tipo de negociação interna para manter a decisão do apoio na bancada. O PTN tem sete vereadores na atual legislatura em Salvador, a maior bancada partidária na Câmara.
Publicada no dia 31 de julho de 2013, às 13h36
