Política

Tensão marca 1ª sessão no plenário da Câmara após ocupação do MPL

Imagem Tensão marca 1ª sessão no plenário da Câmara após ocupação do MPL
Manifestantes mandaram recado ao prefeito para a desoneração da tarifa  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 06/08/2013, às 09h26   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)


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O clima de tensão era perceptível, durante a primeira sessão ordinária após a ocupação do Movimento Passe Livre (MPL) na Câmara Municipal. Antes a sessão, vereadores, manifestantes, funcionários da Casa e imprensa estavam curiosos para saber como transcorreriam os trabalhos, com os integrantes do MPL no plenário. Com o passar do tempo, todos foram se tranquilizando. Apesar de algumas manifestações, foi muito mais tranquilo do que se imaginava.


Os integrantes do MPL fizeram a primeira manifestação, durante a sessão, através de Walter Takemoto, com dedo em riste, portando um megafone. “Avisem ao prefeito para desonerar a tarifa do transporte público e diminuir a margem de lucro dos empresários”.



Contornada a situação, os vereadores comemoraram a retomada dos trabalhos no plenário. O líder da bancada da oposição, Gilmar Santiago (PT), atribuiu ao esforço do grupo na Casa e à pressão popular a volta das sessões ordinárias.


“Conseguimos convencer a bancada do governo de que não havia nenhum motivo para não termos sessões na Câmara. Prevaleceu o bom senso. Com as sessões, poderemos dar continuidade ao canal de negociação principalmente com o Poder Executivo Municipal, que é quem está encarregado de resolver grande parte das pautas do MPL”, declarou Gilmar Santiago.

Para o vice-líder da bancada da situação, o vereador Léo Prates (DEM), a Câmara Municipal deu uma demonstração de que está atenta aos interesses da população.


“Precisávamos dar continuidade aos trabalhos desta Casa. Matérias importantes de interesse da população, inclusive que fazem parte da pauta do MPL, precisam ser votadas. Vejo com bons olhos esta retomada dos trabalhos”, afirmou o democrata.

O vereador Luiz Carlos Suíca (PT) também demonstrou satisfação pela retomada dos trabalhos. “Parabenizo os manifestantes pela luta. Lembro que várias reivindicações da pauta do movimento foram lutas do meu mandato antes mesmo de começarem as manifestações como o MPL”, afirmou.



“Interesses”

Para os manifestantes do MPL, a volta dos trabalhos está servindo aos interesses da especulação imobiliária, que pretende colocar em votação o veto do prefeito ACM Neto sobre a concessão do ISS às incorporadoras, além do empréstimo da prefeitura R$ 50 milhões para recuperação asfáltica das vias públicas da cidade.

“Sabemos dos interesses que existem e que estão por trás. Está todo mundo tenso aqui. Esse retorno das atividades é fruto da pressão popular e porque todo mundo sabe que eles têm interesses na aprovação desses projetos. Querem atender os interesses dos empresários”, afirmou Marcos Jesus, manifestante que ocupa a Câmara há duas semanas.


Outro integrante do MPL, Jair Oliveira, revelou que o vereador Joceval Rodrigues (PPS), líder da bancada do governo, tentou convencer os manifestantes a deixar o plenário. “É estranho porque não atenderam nenhuma das nossas reivindicações, mas querem que nós saiamos. Diziam que não acontecia sessão por causa da segurança, mas sempre deixamos claro que o nosso movimento era pacífico e protestaria sem atrapalhar o andamento dos eventos”, criticou.

Publicada no dia 05 de agosto de 2013, às 18h11

Classificação Indicativa: Livre

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