Política

7 de setembro: Wagner reconhece traumas em Buerarema

Imagem 7 de setembro: Wagner reconhece traumas em Buerarema
Governador aponta "anacronismo" na demarcação das terras Indígena no Sul baiano  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 07/09/2013, às 17h53   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)



A expectativa para o sete de setembro era grande, principalmente, para o governador Jaques Wagner (PT) que não vem tendo recepções calorosas nos eventos que frequenta. Contudo, no desfile deste sábado tudo transcorreu tranquilamente.

Embora reconheça que “todo mundo se preocupou” com as manifestações, o governador defendeu o direito de o cidadão ir às ruas em busca de melhores condições de vida.

“É o tempero da democracia. A independência significa a luta por não sermos tutelados por ninguém. O fato ter havido o movimento de rua mostra que este espírito de liberdade ainda existe. Ressalvados os exageros, a truculências e a depredação do vandalismo”, afirmou em coletiva à imprensa.

Crise

Em votação que adentrou a madrugada de quarta-feira (4), os deputados estaduais aprovaram o projeto de Refis, além da autorização de empréstimos que somados chegam aos 200 milhões de dólares.

De acordo com o governador, um plano de medidas está em curso. “Estamos buscando um aumento de arrecadação. Vamos continuar a política de redução do custeio e vamos chegar ao final do ano com uma situação melhor”, estima.

Buerarema

A situação em Buerarema, no sul da Bahia, onde um conflito se instalou desde a ocupação de terras feitas por índios tupinambás. A região virou palco de guerra e existe a necessidade de intervenção urgente.

“Estamos trabalhando para resolver. Na quinta-feira (12) teremos uma reunião, ou aqui ou na região, com representantes de todos os lados e a presença do ministro. Este é um problema grave e que tem um anacronismo. 100 ou 200 anos depois de as pessoas estarem numa terra vem a demarcação, que está prevista constitucionalmente”.

Wagner destaca que o problema é ainda maior, pois coloca frente a frente pessoas pobres. “Na verdade, quando eu demarco as terras iIndígena, eu reloco os índios e desloco pessoas, pequenos agricultores que não tem outra fonte de renda. Então é um trauma e por isso é que está marcando a cidade. A nossa preocupação é que a gente aguarde o desfecho jurídico destas questões sem que haja estas invasões”.

A oposição acusa Wagner de ser omisso e não adotar as medidas que deveria. Deixando de cumprir, enquanto comandante do Estado, o dever. No entanto, o petista afirma que tem feito tudo para resolver o problema da melhor forma possível e pede para que a violência seja contida.

“Agora, o governo do estado, como em tudo na democracia, o limite da autoridade é a lei. Existe uma lei, eu posso dizer que não concordo com esta forma, porque tem pessoas de boa-fé que estão a 100 anos naquelas terras, que nasceram, plantaram e viram tudo crescer ali e de repente vem alguém e diz: toma aqui este dinheiro e esta terra não é mais sua. É uma contradição complicada, própria de uma democracia que reconhece o direito Indígena. A forma tem que ser outra porque esta é muito traumática para todos”.

Nota originalmente postada às 12h do dia 7


Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp