Política

Oposição teve dois dias para exibir força e unidade

Imagem Oposição teve dois dias para exibir força e unidade
PMDB e DEM ganharam cinco deputados estaduais e reforçam fileiras adversárias do PT  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 05/10/2013, às 08h18   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Na manhã desta sexta-feira (4) o PMDB recebeu muita gente na sede do partido, no Costa Azul, para prestigiar a filiação dos mais novos deputados estaduais do partido. Este evento, juntamente com a filiação de outros três ao DEM na quinta (3) encerrou dois dias de demonstrações de unidade e força dentro da oposição baiana. Ao passo em que do lado dos partidos do governo a movimentação foi quase nula, os adversários organizaram aparições, discursos e exibiram o fortalecimento do grupo.
Na sede do PMDB estavam juntos praticamente todos os nomes mais importantes da oposição, com raras exceções. Entre os que não vieram estavam os demistas José Carlos Aleluia, Paulo Souto e o tucano Jutahy Júnior. Todos os outros confraternizavam, sorriam e planejavam encontros futuros. Houve conversas animadas entre presidentes de partidos, deputados, vereadores e outros filiados sobre as atuais filiações e planos políticos.
O discurso de união e força também estava na ponta da língua de todos os envolvidos. O deputado federal Lúcio Vieira Lima destacou que, além do projeto em comum que todos compartilhavam, havia a certeza do suposto fracasso da política do governo Wagner nos sete anos de governo atual. “Uma coisa está ligada à outra. Para que se tenha sucesso em um projeto é porque tem fracasso no outro”, refletiu.
Vieira Lima também ressaltou que o fenômeno de filiações de grandes e pequenos nomes aos oposicionistas é um fenômeno que, assim como na capital, vem se intensificando no interior do estado e que, atualmente, o fluxo é outro. Se na última eleição o governo atraiu a maioria, boa parte dos que estiveram nas fileiras petistas estão fazendo o caminho inverso e assumindo vagas nas siglas adversárias.
A confiança dos oposicionistas no projeto os leva a apostar inclusive que é possível ousar e fazer com que os partidos juntos ignorem até mesmo as determinações nacionais de partidos. “Intruso” no bloco devido ao caráter nacional da direção, o PMDB já sinaliza que pode sequer apoiar Dilma Rousseff localmente, o que barraria o palanque duplo da presidente no estado.
Segundo o deputado estadual Bruno Reis, ele próprio não subirá no palanque da mandatária nacional e que a força partidária criada atualmente não tem nenhuma dúvida de que apenas o candidato da oposição importa ao bloco. “Eu estava conversando com o ex-ministro Geddel (Vieira Lima) e ele disse que pode até cometer erros novos, mas não os mesmos erros”, revelou. Sobre esta declaração, Geddel foi cauteloso e disse que o erro antigo foi montar o palanque duplo.
Para o ex-ministro da Integração Nacional, foi um equívoco dar a Dilma um segundo palanque na Bahia porque, para além de apoiá-la, a ação prejudicou sua campanha. Ano que vem, há grandes possibilidades disto não mais acontecer. O presidente estadual do partido, porém, prefere não fechar portas. “Costumo dizer que na política estamos sempre abertos ao diálogo e é assim que estamos agora.”
Bruno Reis preferiu não polemizar ao explicar sua filiação ao PMDB e não ao DEM, como seria esperado por conta de sua amizade com o prefeito de Salvador ACM Neto. De acodo com seu pensamento, a assinatura da ficha se deu porque, no atual cenário, os partidos preciam de equilibrios de força para que atuem em bloco na política e, caso sua filiação ao DEM ocorresse, quatro novos nomes em um partido e apenas um em outro podeia ser interpretado como uma combinação desigual de forças.

Publicada no dia 04 de outubro de 2013, às 14h59

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