Servidores públicos e governo mantêm diálogo após greves das categorias

Publicado em 26/10/2013, às 12h20 Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)

Na próxima segunda-feira (28), o país celebra o Dia do Servidor Público. Muitas categorias realizaram greves reivindicando reajuste salarial e melhores condições de trabalho, entre outros. Na Bahia, a mais recente greve dos bancários deixou 720 agências fechadas em todo o estado por 23 dias.

As paralisações da polícia militar, em janeiro de 2012, e dos professores, em abril do mesmo ano, desgastaram o relacionamento com o governo do estado e principalmente a imagem do partido. A consequência delas foi a derrota nas urnas do candidato à prefeitura de Salvador, Nelson Pelegrino, no final do ano.

A taxa de aprovação do governador Jaques Wagner, que era de 60% no final de 2010, passou para 28% em junho deste ano. Além do desgaste político, a crise financeira agravou os problemas e ainda mais as possibilidades de reajustes salariais.

Apesar disso, os dirigentes dos sindicatos envolvidos nas principais greves do ano passado, avaliaram positivamente o diálogo com o Estado. A presidente da APLB-Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, Marilene Betros, afirmou que houve avanço para a categoria, diferentemente do ano passado, mas que novas reinvindicações virão para 2014.

“Nós entendemos que este ano foi diferente de 2012 quando tivemos uma greve de 115 dias. Na nossa avaliação houve falta de atenção para as reinvindicações, o que levou ao desgaste. Em 2013 conseguimos alguns avanços consideráveis, como o reajuste acima de 22%. Ainda conquistamos os cursos de práticas pedagógicas importantes. Além da redução da jornada de trabalho”, informa a presidente.

Para 2014, a dirigente já adiantou que a categoria necessita de outro reajuste salarial, bem como a valorização dos professores e reivindicação contra a lei do subsídio, que garante ao professor aposentado um salário menor que o piso da categoria.

O presidente da Associação dos Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra), vereador Marco Prisco (PSDB), reconheceu a disponibilidade do governo do estado em negociar as reinvidicações da categoria. “Pelo menos esse ano, o governador teve a sensibilidade de sentar para conversar, mas ainda esperamos que ele respeite nossas posições e realmente cumpra com os acordos que fez”.

Prisco citou os avanços no último ano. Dentre eles estão a criação de Grupo de Trabalho (GT) que discute a reestruturação da Polícia Militar, como a reforma do estatuto, do plano de carreira e criação do código de ética. “Para 2014 vamos propor o escalonamento vertical. Queremos acabar com a política de ‘penduricalho’, aquela que nos dá alguns benefícios. O que necessitamos é que esses benefícios sejam agregados aos nossos salários”.

Nota originalmente postada às 18h do dia 25

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