Política

Negromonte confia na vaga, mas recua taticamente

Imagem Negromonte confia na vaga, mas recua taticamente
Pepista não exclui possibilidade de outras alianças   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 01/11/2013, às 11h58   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


FacebookTwitterWhatsApp

Falar em recuo tático a pouco menos de um ano das eleições não parece algo plausível, mas foi o que Partido Progressista fez nesta semana. Embora o presidente estadual da legenda, deputado federal Mário Negromonte tenha convicção quando afirma que a vaga na chapa majoritária governista de 2014 está garantida, os processos não estão tão claros.

Em conversa com a reportagem do Bocão News, no início da tarde desta quinta-feira (31), Negromonte justificou a mudança do cronograma. De acordo com o pepista, as principais lideranças do partido serão ouvidas no processo para saber qual a melhor decisão. A possibilidade, defende o parlamentar, de marchar com os petistas é grande, mas alternativas não estão descartadas.

Nos bastidores corre que o ex-ministro das Cidades “perdeu a mão” quando, ao sair de uma reunião com o governador Jaques Wagner, cravou o PP na composição. Como é de conhecimento público, o gestor petista não costuma ser pautado pela imprensa, ao contrário, tem o hábito de contrariar as publicações especulativas.

O agravante deste caminho é que o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), tem se declarado pré-candidato ao governo, mas ninguém duvida que aceitaria conversar com os articuladores para garantir, mesmo sem tinta, a cadeira de vice. A tese de que a escalação já foi feita não ajuda Wagner a manter o agrupamento unido.

Quando Negromonte crava o PP na majoritária leva em consideração dois critérios: o partido é a terceira maior força partidária do estado – tem 56 prefeitos, 55 vice, 500 vereadores, 5 deputados estaduais e 4 federais -; e o vice-governador Otto Alencar foi eleito pelo PP e saiu, em uma ação combinada, para fundar o PSD baiano, portanto, a vaga seria do PP.

O PDT coloca que o senador João Durval é quadro da legenda e, por isso, também tem o direito a uma das três vagas.

A possibilidade de apoio a uma candidatura da senadora Lídice da Mata (PSB) ou adotar qualquer outro caminho é remota no núcleo progressista. Contudo, Negromonte joga o jogo para valorizar o passe. Consegue incrementar a costura, mas enfrenta resistência, segundo fontes deste site, dentro do diretório petista.

Plano Federal

Outra variável posta na equação é a movimentação do PP no cenário nacional. Os progressistas fecharam acordo com Pros no Congresso e formaram a terceira maior bancada. São 43 representantes do PP e 21 do Pros.

A tendência, conforme Negromonte, é que o partido continue na base da presidente Dilma Rousseff e engrosse as fileiras na disputa para reeleição, entretanto, a questão ainda não está fechada. Em estados como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, por exemplo, o PP caminha na oposição.

“O PP será o fiel da balança tanto lá (Brasília) quanto aqui (Bahia)”, garante o deputado federal. Os dados foram lançados. Agora, o conselho político de Wagner deve definir quais os critérios para a composição. Caso seja o tamanho do partido, o PP está dentro, caso outros elementos sejam colocados à mesa, ai a bola pode mudar de pés.

De um jeito ou de outro, a expectativa para saber quem vai “chutar o balde” antes é grande. Embora, as eleições só aconteçam em outubro de 2014.

Nota originalmente postada às 19h do dia 31


Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp