Política

Oposição acha "absurdo" gestão do fundo de cultura pela Conder

Imagem Oposição acha "absurdo" gestão do fundo de cultura pela Conder
Empresa de desenvolvimento urbano será responsável por financiar ações de preservação cultural  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 06/11/2013, às 09h36   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


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Pautado nesta terça-feira (5) na reunião das comissões de Constituição e Justiça, Educação, Direitos Humanos, Infraestrutura e Finanças, o projeto que institui o Fundo Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural, de origem do Executivo, não foi votado por falta de quórum. O fundo será vinculado à Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) para financiar as ações de preservação do patrimônio cultural nas áreas protegidas no estado.

A Conder, autarquia da Secretaria de Desenvolimento Urbano (Sedur), executa obras de mobilidade, habitação, requalificação urbanística e equipamentos. Gerir um fundo de cultura causa estranheza para a oposição. Para o vice-líder da bancada na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Carlos gaban (DEM), é mais um absurdo do governo do estado.

“Criar um fundo de preservação cultural, tudo bem, mas colocar a Codner para administrar é um absurdo. É uma empresa responsável pela realização de obras públicas na Região Metropolitana de Salvador. Não tem sentido a Conder recuperar o patrimônio histórico e cultural. Para tanto é preciso museólogos”, ressaltou.

O democrata ainda lembra que para tal ação, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), vinculado à Secretaria da Cultura (Secult), deveria ser o responsável. “É ele que sabe administrar. É mais um absurdo. Um governo que acabou com as finanças do nosso estado quer acabar com o patrimônio cultural da Bahia. Nós vamos obstruir. Vamos tentar sensibilizar o governo que este é mais um absurdo que estão cometendo com a cultura do nosso estado”.

O líder do governo, José Neto (PT), defende a matéria e explica que a Conder é mais um dos diversos entes que irão compor um conselho curador que decidirá sobre todas as aplicações do fundo. O conselho será formado por um representante da Secretaria do Planejamento (Seplan); um da Secretaria da Fazenda (Sefaz); um representante do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac); mais um do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); além da Conder; do Poder Executivo Municipal e seis da sociedade civil definidos nos termos do regulamento.

“Gaban não leu o projeto direito e está criando, mais uma vez, factoides para se posicionar. A cultura passa por elementos físicos e materiais e é por isso que a Conder, que administra o desenvolvimento urbano do governo, é um desses entes”, defende Neto.

De acordo com o projeto de lei nº 20.504/2013, o fundo contará com um gestor vinculado à Conder, mas que só poderá tomar decisões sob supervisão e às normas gerais ditadas pelo Conselho Curador.

Ainda assim, o oposicionista coloca em dúvida a idoneidade da empresa pública gestora do fundo. “Uma das maiores críticas que o pessoal que trabalha, principalmente, as construtoras é o atraso no pagamento, sobretudo, da Conder. Agora, cria um fundo para esta companhia. No momento em que o governo utiliza recursos vinculados para tapar o custeio, eu não duvido nada que queira criar este fundo para jogar no cofre da Conder e ali efetuar os pagamentos atrasados”, criticou.


Nota originalmente postada às 19h do dia 5

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