Depois de escândalo da máfia do ISS em SP, CMS evita sessão

Desde que estourou o escândalo da máfia dos fiscais do ISS da prefeitura de São Paulo, a Câmara Municipal de Salvador não tem realizado sessão. O motivo seria a tentativa de os governistas blindarem o secretário municipal da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, que deve ser ouvido, segundo a Folha de S. Paulo, nos próximos dias pelo Ministério Público da capital paulista.

Mauro Ricardo, responsável pela secretaria mais importante, é acusado de ter mandado arquivar denúncias de desvio de dinheiro recolhido por meio do ISS na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). O rombo chega a R$500 milhões. Cada dia que passa, novos dados vão surgindo.

A provável convocação se baseia em uma escuta telefônica de um diálogo entre o ex-subsecretário da Receita Municipal de São Paulo, Ronilson Bezerra Rodrigues e Paula Nagamati, ex-chefe de gabinete de Mauro Ricardo. Na gravação, o auditor fiscal afirma que o "secretário" e o "prefeito" com que trabalhou "tinham ciência de tudo". 

Manobra

O primeiro secretário da Câmara, vereador Arnando Lessa (PT), é um dos mais ferrenhos defensores da ida de Mauro Ricardo à Câmara.  “O secretário tem que vir à Câmara explicar as denúncias. Não estamos pedindo a exoneração dele, mas que venha a esta Casa se explicar. Afinal, ele tem a chave dos cofres da cidade de Salvador”, disse ao Bocão News.

Lessa critica a falta de sessão nos últimos dias. Ele atribuiu a uma orquestração da bancada governista para evitar que Mauro Ricardo seja convocado para depor. “Enquanto isso, os projetos como PPA, LDO e LOA, além da matéria de Saúde dos funcionários do município ficam sem discussão”.

Líder do governo, Joceval Rodrigues (PPS) negou a manobra. “Na semana passada, por exemplo, dos 12 vereadores de oposição, apenas seis compareceram. Logo, não são os governistas que não querem sessão para blindar secretário”, ironizou Rodrigues.

Ele  afirmou que Mauro Ricardo não tem porque dar explicações no Legislativo. "Não há nenhum problema com o secretário. Aliás,m ele nunca fugiu. Quando foi solicitado a comparecer aqui, na época da reforma tributária, ele veio. Mas, volto a dizer, não há nada contra ele".

Segundo o promotor do Min istério Público de São Paulo, Roberto Bonidi, a conversa entre o ex-subsecretário da Receita Municipal de São Paulo, Ronilson Bezerra Rodrigues e Paula Nagamati, é uma prova, mas falta aprofundar as investigações. "Primeiro a gente tem que saber o que é o tudo. Precisamos saber se, além de ter ciência, havia conivência e depois saber se havia intenção de auferir vantagem", declarou o promotor ao jornal Folha de S. Paulo. 

Publicada no dia 11 de novembro de 2013, às 13h41

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