Política

Lula apoia Wagner que apoia...

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Governador acredita no convencimento para construir a unidade  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 24/11/2013, às 11h32   Luiz Fernando Lima (Twitter @limaluizf)




O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a principal atração da inauguração da nova fábrica do Grupo Petrópolis na tarde desta sexta-feira (22). Com saudades do “microfone” como ele próprio relatou, o “comandante” petista detalhou os avanços do país nos últimos 10 anos e rasgou elogios ao secretário estadual do Planejamento e pré-candidato ao governo do estado, José Sérgio Gabrielli.

Sobre a Bahia, Lula voltou a levantar a bola da população. Relembrou o dia em que declarou, durante a campanha presidencial, na Praça Castro Alves, em Salvador, que em outra encarnação deveria ter sido baiano. “Eu aprendi que o povo da Bahia é sábio e tem muita competência. O povo baiano tem outra qualidade que deveria ser levada para todos os cantos: ele não abre mão de ser feliz”.

Entre um comparativo de gestão – Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002) e dele próprio (2003 a 2010) -, Lula citava Gabrielli. Foi assim quando, após comemorar o crescimento do PIB brasileiro que saiu de 550 bilhões de dólares para 2.450 trilhões durante a gestão, apresentou o crescimento da Petrobras. “O companheiro Gabrielli sabe. Quando assumiu a Petrobras os investimentos eram de 0 bilhões de dólares por ano e passou para 43 bi de dólares”.

Contudo, quem pensa que as diversas menções significam que o maior expoente do partido “bateu o martelo” sobre a candidatura do ex-presidente da Petrobras está, provavelmente, enganado. Lula não falou com a imprensa após o evento. A despeito das insistentes provocações dos jornalistas, que chegaram a ser barrados por truculentos seguranças, o ex-presidente se recusou a comentar qualquer assunto.

Coube ao governador Jaques Wagner conversar com os repórteres após a saída de Lula. O comandante do Executivo estadual se alongou como poucas vezes o fez. Wagner revelou que o ex-presidente veio à Bahia para inauguração da fábrica da Itaipava e que, obviamente, conversaram sobre a política.

Entre os dois, garante Wagner, tudo sempre andou bem. “Não há possibilidade de eu e o ex-presidente brigarmos”. Dito isso, partiu para o que interessava. De acordo com o governador, Lula deixou claro que a condução da escolha do sucessor na Bahia será de Wagner. “Ele disse que dará apoio total à nossa decisão”.

Rui Costa

O governador deixou claro que vai trabalhar para convencer os correligionários do seu ponto de vista. Não disse, no entanto, quais serão os argumentos que garante ter para persuadir os companheiros petistas. “Sou conhecido pelo o que mudamos na Bahia. Não é do meu perfil impor nada. Agora, reconheço o meu papel de condutor. Até porque a população me concedeu esta atribuição”.

Em nenhum momento o governador nominou o candidato de sua preferência. Rui Costa acompanhou a coletiva com um sorriso largo e atento. Já Gabrielli, não. No que se refere à decisão agendada para o dia 30 ainda não é possível cravar se o resultado sairá.

O ex-presidente Lula brincou com Gabrielli e Rui Costa pedindo juízo. Questionado sobre a “brincadeira”, Wagner pensa que a ideia é não tornar esta uma batalha campal. Para o governador, o diálogo é o melhor caminho. Entretanto, o comandante não descarta a possibilidade de adiamento da decisão.

“Caso não saia uma decisão da reunião do dia 30 vamos precisar partir para o encontro. Acredito que se isso for acontecer dever ser agendado para o curto mês de dezembro”.

O fato de não existir um candidato natural ou pronto fortalece a opinião de Wagner. “Teremos que trabalhar qualquer um dos candidatos que for escolhido. Não tem essa coisa de imposição. Acho difícil conseguirmos o consenso, mas acredito no convencimento para construir a unidade”.

Senado

O governador deixou claro, em outro momento, o que vem pensando. De acordo com Wagner, ele está abrindo mão do caminho natural que seria ser candidato ao Senado para ajudar o PT. Portanto, ainda conforme ele, o partido deve levar isso em consideração.

Quando fala em “abrir mão” da candidatura ao Senado, Wagner se refere ao que muitos governadores reeleitos fazem. Ao final do segundo mandato deixam o governo e disputam uma das cadeiras da Casa Alta do Congresso Nacional. A vaga está garantida para Otto Alencar (PSD).

Nota originalmente postada às 23h do dia 22

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