Política

Comunidade em Sauípe pena para garantir moradia

Imagem Comunidade em Sauípe pena para garantir moradia
Cerca de 105 famílias podem perder suas casas. Moradores acusam prefeito de interesses pessoais  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 27/11/2013, às 08h41   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


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A comunidade de Vilamar em Sauípe, pertencente ao município de Mata de São João, vive momentos desesperadores nos últimos anos. Na manhã desta terça-feira (26), cerca de 50 manifestantes estiveram na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) para relatarem a angústia de perderem suas casas.

De acordo com a moradora Maria Cícera Amadeus, o prefeito Marcelo Oliveira (PP), quer retira-los da área visando o crescimento imobiliário da região. Ainda de acordo com os moradores o terreno que vivem foi doado pelo ex-prefeito coronel Ladislau Reis de Souza em 1960. Em 1984, o então prefeito Pedro Silva reforçou a doação da localidade ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mata de São João.


Cerca de 105 famílias moram no local, que, ainda segundo os moradores, vem sofrendo represálias de fiscais da prefeitura. “Não podemos construir, nem plantar, porque eles vêm e derrubam as casas, as cercas. Não conseguimos mais fazer nada e tem família lá que mora há 40 anos”.



A advogada do grupo, Leila Oliveira, acrescentou que o prefeito tem interesses pessoais, devido o crescimento imobiliário. De acordo com ela, a área será vendida para a construtora Odebrecht que terá total domínio da localidade.

Ainda de acordo com os moradores, há três meses, o prefeito Marcelo reuniu-se com 150 famílias da comunidade Vilamar e garantiu que “enquanto tiver casas no local elas serão derrubadas”. Os moradores garantem que não existe proposta da prefeitura para relocar a comunidade, e que até o momento nada foi oferecido em contrapartida.



Prefeitura nega

Em contato com a reportagem do Bocão News, o prefeito Marcelo Oliveira argumentou a necessidade de retirada dos moradores. De acordo com ele, o terreno que as famílias vivem é uma invasão que prejudica o ordenamento da cidade. “Toda invasão é indesejada e causa transtornos para a prefeitura. É um lugar que não tem acesso aos serviços básicos e o que queremos é justamente levar esses serviços à população”.


O prefeito garantiu que há dois anos houve um cadastramento das famílias que moravam no local. Cerca de 50 foram cadastradas e um terreno, doado pela Odebrecht, será a nova moradia da comunidade. A nova residência será a 80km da sede do município. “A área está dentro da poligonal da Fazenda Sauípe, que é da Odebrecht. Eles não estão requerendo nada, mas doaram uma área para que possamos levar melhorias para essa população. Só quero que a cidade cresça de uma forma ordenada e levar uma infraestrutura mínima para essas famílias”.

O pepista ainda afirmou que já buscou recursos junto ao Governo Federal para urbanizar a área. O terreno vai abrigar apenas as 50 famílias cadastradas à época. Oliveira ainda garantiu que há possibilidade de doar o material de construção para os moradores. Sobre a doação da área, Oliveira afirmou que não há efetividade legal, mas que fará o possível para relocar as famílias. Só não garantiu moradia para as outras 54 famílias, que, segundo ele, chegaram depois.

Publicada no dia 26 de novembro de 2013, às 18h19

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