Política

Porque Rui Costa. Petista defende escolha de Wagner

Imagem Porque Rui Costa. Petista defende escolha de Wagner
Proximidade com o governador e a “equívocos” de outros pré-candidatos são apontados como determinantes   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 29/11/2013, às 09h56   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)




A inclinação do governador Jaques Wagner para apoiar o secretário-chefe da Casa Civil Rui Costa na disputa interna petista pela indicação na chapa majoritária de 2014 era conhecida. Outros dois pré pré-candidatos, Walter Pinheiro e José Sérgio Gabrielli, mantiveram-se na peleja até este momento.

Embora muitos atribuam a opção por Rui Costa a um desejo pessoal do governador, a história contatada por um petista que transita nos “espaços de poder” é outra. A fonte em questão prefere o anonimato para não “colocar mais lenha na fogueira”, mas faz ponderações interessantes a respeito da opção.

De acordo com ele, a despeito do contraponto feito por Gabrielli sobre a divisão interna do partido, o campo alinhado ao governador e aliado a Rui Costa constitui uma maioria. Neste sentido, escolher sem confronto de votos, necessário em caso de prévia, é uma oportunidade para evitar a formação de vencedores e derrotados.

Potencialmente, as fissuras provocadas por um bate-chapa são mais danosas que as de uma decisão endossada por outras plataformas, tais como o convencimento.

Sobre Gabrielli, o que está posto é o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Neste sentido, a fonte pondera que ao mesmo tempo em que se sustenta também na palavra de Lula, diz que o partido não pode ter “dono” ou “rei”.

Walter Pinheiro buscou outras formas de conseguir a adesão. No entanto, o senador enfrenta tantas resistências internas quanto Rui Costa. Dentro da juventude do partido, nos movimentos LGBT, entre outros existem militantes dispostos a não apoiar Pinheiro.

Na leitura de alguns, a posição do PP em não aceitar trazer para as negociações da chapa majoritária de 2014 o acordo de 2010 dificulta ainda mais o caminho de Pinheiro. Caso os pepistas topassem indicar o senador – o 1º suplente do petista é Roberto Muniz (PP)-, as costuras com a base aliada seriam menos complicadas caso este arranjo fosse feito.

Pinheiro ainda enfrenta, não é novidade, dificuldades com Lula e com o próprio Wagner desde os tempos do estouro das denúncias do mensalão e da reforma da previdência.

Os mais próximos ao governador colocam três argumentos preponderantes para escolha. O primeiro: que fazer a prévia é o pior dos caminhos. Os exemplos utilizados de quando mesmo com insatisfação houve um escolha sem bate-chapa como nos casos da presidente Dilma Rousseff, do prefeito de São Paulo Fernando Haddad e provavelmente o do ministro da Saúde e pré-candidato ao governo de São Paulo Alexandre Padilha são os bem sucedidos. Por outro lado, a situações de Recife e Porto Alegre justificam o receio petista.

O segundo ponto tem relação com a necessidade de apostar em quadros relativamente jovens. No PT os principais “puxadores de votos” são o governador, Pinheiro e o deputado federal Nelson Pelegrino. Os três têm a condição pelas disputas na majoritária que travaram ao longo dos anos. Neste sentido, o próximo candidato também constituirá, acreditam, um “patrimônio eleitoral”.

A tese em defesa de Rui traz como último argumento a expectativa petista de enfrentar o ex-governador Paulo Souto (DEM). Neste cenário, atestam, o chefe da Casa Civil carrega a “novidade”. Além disso, ele está muito próximo ao governador e na análise dos governistas a comparação entre as gestões do representante do democratas e a do “galego” é extremamente favorável ao segundo.

Nota originalmente postada às 18h do dia 28

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