Política

Vereadores se revoltam com suposta “ameaça” de Tinoco na Câmara

Imagem Vereadores se revoltam com suposta “ameaça” de Tinoco na Câmara
Opositores dizem que demista chantageia e tira dos edis capacidade de emendar orçamento  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 19/12/2013, às 06h16   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)


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A tensa sessão da Câmara de Vereadores nesta terça-feira (17) terminou com a aprovação de diversos projetos, mas o que mais trouxe problemas foi o da Lei Orçamentária Anual (LOA). Nos longos debates que culminaram com a chancela dos vereadores à matéria, um deles chamou a atenção e teve como protagonista o demista Cláudio Tinoco. 
Mais contundente que o normal, Tinoco defendia o relatório da Comissão de Finanças da Câmara e contrapunha os argumentos dos adversários que acusavam a prefeitura de excluir os eis e a sociedade da montagem do orçamento de 2014. E, no final de sua explanação, provocou a oposição. “Desafio os vereadores que são contrários, que não vão votar com o projeto, a abrir mão de suas emendas de R$ 1 milhão. Façam isso e deixem mais recursos aos outros vereadores, que desejam fazer alguma coisa por suas comunidades”.
Revoltados, opositores reagiram aos berros à provocação e lotaram os microfones da casa. Nos discursos inflamados de logo após, acusaram Tinoco de truculência, ameaça e chantagem. A mais exaltada era Fabiola Mansur (PSB). Ela afirmou que a postura do demista era uma tentativa de tirar dos vereadores a prerrogativa de destinar recursos do erário público raciocinando a cidade e as demandas sociais.
“É lamentável o discurso do vereador Tinoco. Eu não serei chantageada. Eu luto por um orçamento participativo e não é R$ 1 milhão de emendas que vai calar isso. Foram enviadas 107 emendas ao projeto da LOA e todas foram recusadas. Eu disse que faltavam recursos para a saúde do povo negro, LGBT, para mulheres, mas se for para ser assim, eu não quero. Eu não troco o meu voto por R$ 1 milhão”, bradou.
Já Gilmar Santiago foi mais longe e disse que a atitude de Tinoco revela um “ranço autoritário”. “Orçamento não é motivo de barganha. Eu acho que ele deveria usar um argumento diferente, dizer que poderia aperfeiçoar a fórmula no ano que vem, mas o que ele demonstrou foi um ranço autoritário de quem sempre acreditou que o povo não pode participar da criação do orçamento. Nós não vamos vender nossa consciência assim. Estou no meu terceiro mandato e nunca tive milhão nenhum de emendas. Não é agora que teria. Eu abro mão”, explicou.
Tinoco, por sua vez, negou as acusações. Segundo ele, antes mesmo do discurso já havia sido chamado de autoritário por Aladilce Souza (PCdoB) e que, diante das brigas pelas emendas, fez o desafio e solicitou as desistências dos contrários. Para ele, o que contará é que os que não concordam com as melhorias expostas no Orçamento abriram mão das emendas porque desejam dar aos colegas mais recursos.
“O Orçamento foi amplamente discutido, houve várias reuniões. Para mim, é apenas uma forma natural de dizer que foram ao contrário do que foi debatido ao longo do tempo. Tudo foi debatido. Por que, justamente na hora da votação, acontece isso? Isto só ajudou a deixar explícito de que há vereadores que os vereadores abrem mão de usar o seu direito. Vou acreditar que eles desejam destinar mais dinheiro aos outros”.

Publicada no dia 18 de dezembro de 2013, às 15h46

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